Açoriano Oriental
Informação genealógica sobre habitantes do Corvo, disponível online
Informação sobre o percurso de vida dos corvinos, na ilha do Corvo, Açores, desde o século XVII até à atualidade, passa a estar disponível a partir de hoje numa base de dados que integra um projeto nacional de repositório genealógico.
Informação genealógica sobre habitantes do Corvo, disponível online

Autor: Lusa/AO Online

 

“É uma base de dados com o percurso de vida dos indivíduos que viveram no Corvo desde o século XVII ao presente em cadeia genealógica a partir do cruzamento de informação paroquial, batizados, casamentos e óbitos, através de uma metodologia que permite a qualquer pessoa saber os seus antepassados”, explicou a investigadora Maria Norberta Amorim, que lidera o projeto de repositório genealógico nacional sediado na Universidade do Minho.

A direção regional da Cultura apresenta hoje na ilha o repositório genealógico do Corvo, projeto inserido na iniciativa do Ecomuseu da mais pequena ilha dos Açores e que contou com a colaboração dos corvinos.

"É uma base interativa que pode ser enriquecida com informação disponibilizada pelas famílias, com cartas, fotografias, entre outros elementos", sublinhou a investigadora natural do Pico, professora catedrática aposentada da Universidade do Minho e coordenadora do Grupo de História das Populações do CITCEM - Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória, da Universidade do Porto.

Esta base de dados demográfico-genealógica pode ser consultada no endereço eletrónico www.genealog.uminho.pt.

"Temos toda a informação até ao presente, mas não podemos disponibilizar ao público os dados sobre os nascidos há menos de 100 anos tendo em conta o direito à privacidade", explicou Maria Norberta Amorim, frisando que se trata de uma base de dados que tem a capacidade de cruzar outras fontes de variada ordem, como listas eleitorais e passaportes, entre outras.

Segundo a direção regional da Cultura, "será publicada uma monografia a perspetivar a dinâmica demográfica e social trissecular do Corvo, com uma aproximação ao espaço, através de uma visita à comunidade num determinado dia da primeira metade do século XX, com identificação de cada um dos residentes de cada casa habitada, pelas respetivas trajetórias de vida e relações familiares e socioprofissionais".

Para a investigadora, o projeto suscita "enorme" interesse para os residentes no Corvo, para os emigrantes, mas também para a investigação científica.

"E o Corvo tem particular interesse dado o seu tendencial isolamento. Qual era a idade que casavam. Quantos filhos tinham. Qual era a esperança de vida. A mortalidade infantil, os nascimentos fora do casamento. Como resolviam a sua vida pela emigração. Existiam ou não muitas diferenças sociais", explicou.

A investigadora, com trabalhos sobre a Demografia Histórica e Estudos de Comunidade, está a desenvolver no arquipélago projetos na investigação das populações de ilhas açoriana e defendeu a criação de um percurso genealógico dos Açores.

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