Açoriano Oriental
Independentistas fazem campanha pela "autonomia a cem por cento"
Um grupo de apoiantes da Frente de Libertação dos Açores (FLA) passeou esta sexta-feira pelas ruas de Ponta Delgada em campanha por uma "autonomia a cem por cento", mas "em paz" e "sem pancadaria".
Independentistas fazem campanha pela "autonomia a cem por cento"

Autor: Lusa/AO online

Com duas grandes bandeiras da FLA, um milhafre com as asas ao contrário sobre o fundo azul e branco, os apoiantes do movimento independentista aproveitaram o último dia da campanha para as eleições regionais dos Açores para criticar os partidos políticos tradicionais, acusando-os de não defender a região.

“Os Açores deveriam ter pelo menos uma autonomia a cem por cento”, afirmou à agência Lusa Duarte Feijó, de 62 anos, rejeitando qualquer ação violenta: “queremos autonomia em paz, não com pancadaria”.

“Não tenho nada contra os continentais”, até porque “há muito continental que é mais açoriano que os açorianos”, afirmou o antigo emigrante nos Estados Unidos durante 30 anos, que reclama uma situação para a região semelhante ao que se passa entre a “Austrália e o Reino Unido”, no seio da Commonwealth.

“Os partidos valorizam a sua barriga” e não a região, afirmou, lamentando a perda da produção local.

“Bebemos a água do Luso quando temos águas muito melhores”, exemplificou Duarte Feijó.

Já Simão Tavares, de 74 anos, e apoiante “de sempre” do histórico movimento independentista açoriano, a “autonomia absoluta” é um “direito democrático”.

Agora, temos um “estatuto subalterno” e “estamos sujeitos a uma colonização intelectual” do continente, afirmou Simão Tavares, que lamentou o facto de a legislação não permitir a constituição da FLA como partido político.

“Temos de mover uma ação judicial” que “garanta os nossos direitos”, explicou.

Os independentistas açorianos distribuíram folhetos onde se pode ler que a “FLA irá procurar apoio dos países e instituições internacionais para que Portugal altere as leis que “impedem” a sua constituição como partido político.

“Não queremos ser colonizados, mas senhores do nosso destino, como prevê a Constituição portuguesa e a Carta dos Direitos do Homem”, refere.

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