Açoriano Oriental
São Miguel vai ser alvo de grande campanha de desratização

O secretário regional da Agricultura e Florestas anunciou hoje a realização, neste trimestre, de uma campanha de desratização em larga escala em todos os municípios de São Miguel, numa ação concertada entre Governo, autarquias e população.

São Miguel vai ser alvo de grande campanha de desratização

Autor: Lusa/AO online

“Vamos aplicar rodenticida (veneno) em toda a ilha, em todos os municípios ao mesmo tempo”, afirmou João Ponte, aos jornalistas, acrescentando que esta "grande campanha de desratização", envolvendo municípios, executivo açoriano, freguesias e a população, deve arrancar já em fevereiro, antes das culturas e sementeiras que devem ocorrer a partir de março ou abril.

Será também distribuído rodenticida aos agricultores para aplicação nas propriedades e explorações agrícolas.

Além de São Miguel, onde "a situação é mais problemática, tendo em conta a dimensão da ilha, e algumas situações que têm sido noticiadas", o governante adiantou que durante este primeiro trimestre vai ser feita uma ação de controlo global de roedores na região, embora em algumas ilhas já estejam a decorrer campanhas em articulação com as autarquias.

O secretário regional da Agricultura e Florestas, que falava após ter reunido com a presidente da Associação de Municípios da Região Autónoma dos Açores (AMRAA), Cristina Calisto, explicou que decorre um concurso com vista à entrega ao governo "nos próximos dias de cerca de 70 toneladas de rodenticida".

"A nossa estimativa do que deve ser também o esforço dos municípios nessa ação é de um valor igual, ou seja, 70 toneladas a distribuir por todos os municípios. Em São Miguel, estimamos que devam ser distribuídos cerca de 50 toneladas entre o esforço do governo e dos municípios", adiantou.

João Ponte afirmou que a reunião com a responsável da AMRAA "já estava programada antes dos últimos desenvolvimentos mais mediáticos sobre esta matéria", lembrando que este ano "há uma situação favorável do clima, o que contribui para a proliferação de ratos".

Ainda assim, o governante sustentou que cada entidade é responsável por ter os seus planos de controlo de roedores.

"Todos temos responsabilidades nas nossas casas. E aquilo que o governo faz é dar um apoio ao setor com a distribuição de rodenticida através das juntas de freguesia para os agricultores. É uma prática que temos ao longo dos anos e que vai continuar", afirmou, frisando que nas zonas urbanas é da responsabilidade dos municípios.

Ficou acordado que o Governo, em conjunto com autarquias, vai elaborar um manual de boas práticas para distribuição pela população, agricultores e agentes económicos e ações de sensibilização nas freguesias açorianas.

A presidente da AMRAA, Cristina Calisto, deixou a garantia de que os autarcas são parceiros "numa ação concertada por ilha que possa efetivamente traduzir-se em resultados que correspondam a uma diminuição dos roedores".

“Ainda antes das sementeiras e durante o mês de março faremos esta ação, porque o problema da ilha de São Miguel é precisamente a dimensão. São seis municípios e é sempre mais complicado podermos concertar disponibilidade de todas as partes. Mas, eu já trazia esta garantia por parte dos autarcas de que estamos aqui para acompanhar o governo e fazermos uma ação para controlar o problema”, sustentou Cristina Calisto.

A responsável, que é também a presidente da Câmara da Lagoa, em São Miguel, defendeu que é preciso também uma parceria da comunidade neste combate.

“O governo tem as suas áreas de jurisdição nesta matéria para poder aplicar o rodenticida. E cada um dos municípios sabe a sua responsabilidade”, sublinhou.


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