Açoriano Oriental
Igreja e historiadores reúnem-se hoje para esclarecer mitos da República
O Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja Católica promove a partir de hoje, em Fátima, umas jornadas sobre "República, Comunicação, Igreja" com o objetivo de desfazer preconceitos e ideias feitas, segundo a organização

Autor: Lusa/AO On Line
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O diretor da Comissão das Comunicações Sociais da Igreja, António Rego, disse à agência Lusa que as jornadas, que vão reunir personalidades da Igreja Católica, historiadores e jornalistas, têm o objetivo "muito claro de saber as verdades e mentiras que são ditas sobre a Igreja e a República".

"Vivemos com muitos preconceitos, muitas ideias feitas de que [Igreja e I República] eram apenas inimigos, de que só a República foi inimiga da Igreja, o que também não é verdade", disse, sublinhando que o convite a historiadores e jornalistas visa uma "aproximação à verdade".

O tema das jornadas centrara-se este ano na passagem do centenário da implantação da República, a 05 de outubro de 1910, já que "há muitas questões que se cruzam", disse.

As jornadas, que serão abertas pelo presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, Manuel Clemente, começam hoje à tarde com uma conferência sobre "O poder da comunicação social no início do século XX", por António Matos Ferreira.

O bispo Carlos Azevedo e o historiador Fernando Rosas são depois os convidados para a mesa redonda "Igreja versus República: verdades e mentiras".

Na sexta feira de manhã, Emídio Rangel, Francisco Sarsfield Cabral e Maria Fernanda Rollo falarão sobre "República: Comunicação e Igreja", estando ainda marcada a apresentação da edição especial do Semanário Agência Ecclesia sobre o Centenário da República.

O cónego António Rego sublinhou as mudanças nas relações entre Igreja e comunicação social, que foram "quentes e complexas" nos anos da implantação da República e que vivem agora "momentos de tensão mas também momentos de grande proximidade", dando como exemplos as coberturas das visitas do papa, feitas "com total liberdade" pelos meios de comunicação social.

"As circunstâncias mudaram, mas ainda existe obviamente tensão entre o que a Igreja faz e o entendimento que os media dela têm. Há ainda muito que refletir, muito que mudar, para estes dois universos se poderem entender", afirmou.

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