Autor: Lusa
O encontro tem o objetivo de gerar, consolidar e sintetizar os conhecimentos acerca de mudanças climáticas, vulnerabilidade, impactos, adaptação e desenvolvimento sustentável em terras áridas e semiáridas, informam os organizadores.
“O foco é o desenvolvimento e o combate à pobreza”, resumiu o diretor do evento, António Rocha Magalhães.
A ideia da ICID+18, que vai reunir duas mil pessoas de cerca de 100 países, é incluir o tema da semiaridez nas agendas internacionais sobre mudanças climáticas.
Entre os convidados estão responsáveis de políticas públicas, cientistas, representantes de organismos internacionais, sociedade civil e iniciativa privada, reunidos para debater temas como a relação do clima com o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável.
Governança e desenvolvimento sustentável, bem como processos políticos e instituições, são outros temas em debate, numa reunião que se prolonga até dia 20, no Centro de Convenções de Fortaleza.
De acordo com António Magalhães, a segunda ICID pretende chamar a atenção para as regiões secas que representam 40 por cento do território do planeta e 30 por cento da população.
“Dois biliões de pessoas vivem nessas regiões. Em geral, são mais pobres e estão sujeitas a condições insustentáveis, mas têm direito ao desenvolvimento e à melhoria de condições de vida”, disse.
Na abertura do encontro, o secretário geral da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD), Luc Ganacadja, vai proceder ao lançamento da “Década das Nações Unidas sobre Desertos e Desertificação”.
O trabalho pretende ser um marco de consciencialização sobre as dimensões alarmantes da desertificação em todo planeta, e também de cooperação entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento na elaboração de políticas de prevenção e de adaptação às mudanças climáticas nas áreas consideradas de risco.
Dados fornecidos pelos organizadores indicam que, na região sub-saariana, em África, 20 a 50 por cento das terras estão degradadas, atingindo mais de 200 milhões de pessoas.
A degradação do solo é também severa na Ásia e na América Latina, onde mais de 357 milhões de hectares são afetados pela desertificação, segundo a UNCCD.
No Brasil, mais de um milhão de quilómetros quadrados sofre os efeitos da desertificação, nos estados do Nordeste, em Minas Gerais e no Espírito Santo.
“Esta segunda ICID está sendo realizada 18 anos após a primeira, a Conferência internacional sobre Variações Climáticas e Desenvolvimento Sustentável, que aconteceu em Fortaleza no início de 1992”, explicou Magalhães.
A ICID é uma realização do Governo do Estado do Ceará com o Ministério do Meio Ambiente do Brasil, o Ministério da Ciência e Tecnologia e o Banco do Nordeste.