Açoriano Oriental
Homens com mais 65 anos melhoram condição física com administração testosterona
Administrar testosterona a homens com mais de 65 anos melhora as suas funções sexuais e capacidades físicas, evidenciaram pela primeira vez ensaios clínicos publicados na quarta-feira por uma revista médica dos EUA.

Autor: Lusa/AO Online

Até agora, os estudos sobre os efeitos benéficos destes tratamentos a homens com mais de 65 anos, para quem os níveis desta hormona diminuem com a idade, não tinham sido conclusivos, sublinharam os autores do estudo, publicado na New England Journal of Medicine.

Em 2003, o Instituto da Medicina nos EUA tinha concluído que não existiam suficientes indicações clínicas para determinar se este tratamento teria algum efeito benéfico.

Os investigadores que fizeram esta série coordenada de sete ensaios clínicos, designada TTrials, analisaram os resultados dos três primeiros sobre o impacto nas funções sexuais, condições físicas e vitalidade.

Constataram que um tratamento de testosterona aumenta o nível sanguíneo desta hormona para níveis considerados na média dos homens jovens.

O tratamento melhorou todos os aspetos da função sexual, incluindo o desejo e a capacidade de ter uma ereção, adiantaram os cientistas.

A terapia também melhorou o seu humor a reduziu os sintomas depressivos.

“Os resultados destes ensaios clínicos mostraram alguns benefícios de um tratamento com testosteronas em homens mais velhos e com níveis baixos desta hormona”, concluiu Ronald Swerdloff, investigador do LABioMed, na Califórnia.

“Estes primeiros resultados são encorajadores, pelo que vamos continuar a analisar os dados para determinar se um tratamento com testosterona melhora as funções cognitivas, a densidade óssea, a saúde cardiovascular e a anemia, bem como os riscos apresentados por estes tratamentos”, designadamente os cardíacos, especificou.

Swerdloff destacou que os TTrials representam os maiores ensaios clínicos para examinar a eficácia dos tratamentos de testosterona a homens com mais de 65 anos, cujos níveis desta hormona baixaram nitidamente com a idade.

Os investigadores testaram a testosterona de mais de 51 mil homens, dos quais 790 apresentaram níveis suficientemente fracos para os qualificar para os sete ensaios clínicos.

Os participantes foram repartidos, ao acaso, entre dois grupos, a um dos quais foram administradas diariamente testosterona, sob a forma de um gel, e ao outro um placebo.

A eficácia foi medida, a três, a seis e a doze meses.

As funções sexuais e físicas (distância percorrida em marcha durante seis minutos) foram avaliadas com questionários, tal como a vitalidade, o humor e os sintomas depressivos, avançaram os autores.

Os efeitos nefastos nos três ensaios clínicos (crise cardíaca, acidente vascular cerebral, saúde da próstata) foram similares nos dois grupos.

Em todo o caso, o número de homens nos três primeiros ensaios clínicos é demasiado fraco para tirar conclusões quanto ao risco do tratamento, admitiram os investigadores.

 

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