Açoriano Oriental
Inquérito/Banif
Havia "espaço negocial" para venda do banco em 2016
O antigo presidente executivo do Banif Jorge Tomé declarou hoje que havia "espaço negocial" para a venda do banco em 2016, frisando que seriam cumpridos no final do ano os rácios mínimos regulamentares exigidos pelo Banco de Portugal (BdP).
Havia "espaço negocial" para venda do banco em 2016

Autor: Lusa/AO Online

 

"Objetivamente, o Banif em 2015 não poderia ser declarado insolvente para ser objeto de resolução", vincou o responsável, que está a ser hoje ouvido na comissão parlamentar de inquérito sobre a venda, em cenário de resolução, do banco.

Naquela que é a sua segunda presença na comissão de inquérito, Tomé começou por defender junto dos deputados de que não havia "sustentação objetiva" que justificasse a resolução do Banif até final de 2015 sob pressão da entrada em vigor de nova legislação europeia sobre a banca.

"O Banif, mesmo considerando as imparidades da tal carta do BdP de 17 de dezembro, cumpriria o rácio de capital mínimo regulamentar", sustentou, acrescentando que tal rácio só não seria cumprido "se o auxílio de Estado fosse considerado ilegal".

Ora, defende o antigo presidente executivo da entidade, o processo de investigação aprofundada foi comunicado em julho de 2015 e só em dezembro do ano passado foi formalizada a abertura do prazo para observações à investigação aprofundada, que iria entrar em 2016.

"Haveria espaço negocial ainda em 2016" para resolver e vender o Banif, sustenta Jorge Tomé.

A ajuda pública, acredita o gestor, "dificilmente poderia ser considerada ilegal, porque o Banif tinha executado e cumprido mais de 90% dos objetivos do catálogo de compromissos" acordado com a Comissão Europeia e a sua Direção-Geral da Concorrência (DG Comp).

A "situação de liquidez e capital" do banco, afiança Jorge Tomé, era também "radicalmente" melhor em 2015 que em 2012, ano em que foi anunciada a recapitalização pública da entidade - de 1100 milhões de euros - que viria a ser aplicada em janeiro de 2013.

A 20 de dezembro do ano passado, o Governo e o BdP anunciaram a resolução do Banif com a venda da atividade bancária ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, e a criação da sociedade-veículo Oitante para a qual foram transferidos os ativos que o Totta não quis comprar.

 

PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados