Autor: Lusa/AO Online
"Estamos todos conscientes disso. Vemos a multiplicação de conflitos e conflitos antigos que nunca morrem. É verdade que a comunidade internacional perdeu muita da sua capacidade para prevenir e resolver conflitos", disse o português.
Guterres expressou o seu "compromisso total em trabalhar de perto com os Estados Unidos, com a atual administração e com a próxima administração", que será liderada a partir de 20 de janeiro por Donald J. Trump.
"A globalização, que tem sido um grande motor do crescimento económico e redução de pobreza em muitas partes do mundo, também deixou algumas pessoas para trás. Isto tem sido a causa de agitação e instabilidade em muitas partes do mundo", disse o antigo primeiro-ministro.
António Guterres nomeou ainda desafios na área dos Direitos Humanos.
"Na agenda dos Direitos Humanos, algo que nos é muito querido a todos, também vemos muitas dificuldades. A soberania dos estados por vezes torna difícil os direitos humanos serem protegidos e promovidos", apontou.
"Em todas estas áreas acredito que a liderança dos EUA é absolutamente crucial e que em todas estas áreas precisamos de uma ONU mais eficiente, mais eficiente a nível de custo, mais capaz de servir as pessoas com uma abordagem reformista muito forte", concluiu.
Minutos antes, Barack Obama disse que o Secretário-geral designado "tem uma reputação extraordinária".
Guterres "vai assumir um cargo que, obviamente, tem uma enorme influência e impacto em todo o mundo. As boas notícias são que tem uma reputação extraordinária de alguém que liderou organizações multilaterais ao mais alto nível, e fê-lo de formas que toda a gente reconhece terem sido muito eficientes", disse Obama.
Guterres faz o juramento sob a Carta das Nações Unidas, em Nova Iorque, numa cerimónia pública que acontece a 12 de dezembro.