Açoriano Oriental
São Miguel e Santa Maria com maior incidência de melanoma do que média nacional

As ilhas açorianas de São Miguel e de Santa Maria têm maior incidência de melanoma (cancro da pele) do que a média nacional, alertou hoje a dermatologista Patrícia Santos, do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada.

São Miguel e Santa Maria com maior incidência de melanoma do que média nacional

Autor: Lusa/AO Online

"Temos uma incidência de melanoma ligeiramente superior à média nacional. A média nacional é de dez casos por cada 100 mil habitantes, os dados estatísticos que eu tenho são do grupo oriental (São Miguel e Santa Maria) do arquipélago dos Açores e temos 11,8 casos por cada 100 mil habitantes", afirmou Patrícia Santos.

A médica especialista em dermatologia e venereologia admitiu que "as incidências do melanoma ainda não começaram a diminuir", continuando a chegar "muitos casos" de cancro de pele ao maior Hospital dos Açores, em Ponta delgada (ilha de São Miguel).

"Primeiro, porque nós temos umas ilhas em que grande parte da atividade profissional é dedicada à agricultura, à pecuária e às pescas, e as pessoas estão expostas cronicamente ao sol. Por outro lado, porque o acesso rápido às praias dos Açores faz com que em cinco minutos qualquer um de nós esteja numa praia e isso potencia esses comportamentos de risco", sublinhou.

Patrícia Santos defendeu "a adoção de hábitos de vida saudáveis", porque continua a existir "uma elevada incidência de cancro" nos Açores devido a “tabagismo, alcoolismo, hábitos de sedentarismo, alimentação incorreta e excesso de exposição ao sol".

"Na realidade a maior parte das pessoas vão nas horas de maior calor e apanham escaldões, ficam com a pele vermelha ou rosada, que já é uma queimadura de primeiro grau, já está a danificar o DNA das células e de forma cumulativa pode levar um dia ao aparecimento de melanoma", disse.

O Hospital de Ponta Delgada promoveu hoje na consulta externa-polivalente um rastreio de cancro de pele que esgotou as 65 vagas disponíveis em 45 minutos desde a abertura de inscrições, que arrancou esta terça-feira às 08:30 (mais uma em Lisboa).

"Tem o objetivo de identificar sinais suspeitos e pessoas pertencentes a grupos de risco, efetivamente cancros de pele. Queremos diagnosticar cancros de pele, até porque o melanoma, que é o tumor maligno mais grave quando diagnosticado numa fase inicial, é potencialmente curável", explicou a médica.

Patrícia Santos disse que desde 2007 são promovidos rastreios no HDES, sendo que já foram diagnosticados desde então vários casos de cancro de pele, nomeadamente de melanoma, no âmbito deste tipo de ações de sensibilização.

O rastreio, que decorre hoje no maior hospital dos Açores, insere-se no Programa europeu do Euromelanoma 2018, que em Portugal é organizado pela Associação Portuguesa de cancro cutâneo e que "é mais uma campanha de prevenção para o cancro de pele".


PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados