Açoriano Oriental
Grupo de investidores injeta mais 40,7 milhões de euros no capital do Banif
O Banif fez hoje um novo aumento de capital de 40,7 milhões de euros subscrito por 16 investidores, com destaque para uma empresa brasileira e para o empresário Ilídio Pinho, que injetou 15 milhões de euros.
Grupo de investidores injeta mais 40,7 milhões de euros no capital do Banif

Autor: Lusa/AO Online

“O Banif – Banco Internacional do Funchal, S.A. concluiu hoje novo aumento do seu capital social, no montante € 40.700.000 (quarenta milhões e setecentos mil euros), o qual passa agora a ser de € 1.510.700.000 (mil, quinhentos e dez milhões e setecentos mil euros)”, disse o banco em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), acrescentando que cada ação foi emitida a um cêntimo.

Este é o terceiro aumento de capital subscrito por investidores privados realizado este ano pelo Banif, depois dos 1.100 milhões de euros que o Estado injetou em janeiro e que o tornou acionista maioritário do banco.

O principal investidor neste aumento de capital é o empresário Ilídio Pinho, que subscreveu 13 milhões de euros através da IP Holding e outros dois milhões de euros através da Fundação a que dá o nome.

O grupo de construção civil madeirense AFA colocou sete milhões de euros, a brasileira IND Company Limited 4,5 milhões de euros e a madeirense Calhetas, SGPS três milhões de euros.

A empresa de eletrónica e eletromecânica Artifel entrou com dois milhões de euros e a Estevão - Neves SGPS com 1,2 milhões de euros.

Houve ainda seis investidores a entrarem com um milhão de euros cada: Cari Construtores, José Avelino Aguiar Farinha, José Carlos Rodrigues Pereira, Luís Miguel da Silva Sousa, Manuel Leça Correia e S.D.M – Sociedade de Desenvolvimento da Madeira.

Por fim, a Enotel investiu 800 mil euros, Antero Gil Viveiros Rego 700 mil euros e a Evalesco – SGPS 500 mil euros.

Ainda no comunicado enviado ao regulador dos mercados financeiros, o banco liderado por Jorge Tomé refere que a entrada destes investidores na estrutura acionista do Banif “é considerada de interesse estratégico pelo Conselho de Administração”.

O Banif recebeu em janeiro 1.100 milhões de euros de dinheiros públicos (700 milhões em ações e 400 milhões em instrumentos de dívida convertíveis em ações, as chamadas 'CoCo' bonds), no âmbito do processo de recapitalização que deixou o Estado com o controlo de cerca de 99% da instituição.

Em contrapartida, até junho, ficou obrigado a realizar um aumento de capital de 450 milhões de euros, para que o controlo do banco regressasse a mãos de investidores privados, e comprometeu-se a devolver ao Estado 150 milhões de euros do financiamento público que obteve através das 'CoCo bonds'.

Até ao fim desse mês, o banco apenas tinha aumentado o capital em 100 milhões, numa operação subscrita pelos seus principais acionistas (75 milhões de euros pela 'holding' Rentipar, através da Açoreana Seguros, e 25 milhões de euros pelo grupo Auto-Industrial).

Já em julho, concretizou um novo aumento de capital de 100 milhões de euros (com cada ação a ser emitida a um cêntimo) dirigido a investidores privados a retalho e colocou ainda 60 milhões de euros de euros em obrigações, tendo o Estado ficado com 68,393% do capital social do banco.

Somando estes dois aumentos de capital anteriores à operação hoje conhecida, até agora o banco aumentou o capital em 240,7 milhões de euros.

O Banif fica, assim, a 209,3 milhões de euros de sair do controlo público. Quando o banco aumentar o capital em 450 milhões de euros o Estado verá a sua participação reduzida para 60,57% do capital e 49,41% dos direitos de voto.

Quanto aos 150 milhões de euros que deveriam ter sido reembolsados até final de junho, na semana passada o presidente do Banif disse que o banco tem liquidez para pagar esse montante e apenas aguarda um parecer do Banco de Portugal para pagar ao Estado

O Banif terminou o primeiro semestre deste ano com prejuízos de 196 milhões de euros, acima dos 124,6 milhões de euros negativos dos primeiros seis meses de 2012.

De acordo com o banco, os resultados foram "fortemente penalizados pelo aumento das dotações para provisões e imparidades", na casa dos 222 milhões de euros, e decorrentes da "operação creditícia no Brasil" e "do reforço adicional na área doméstica resultante de uma auditoria prudencial transversal a todos os bancos realizada por indicação do Banco de Portugal".

 

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