Açoriano Oriental
'Graffiter' Smile pinta história de Odivelas em muro de 120 metros
Momentos marcantes na história do concelho de Odivelas estão a ser pintados num muro daquela cidade, com 120 metros de comprimento, pelo 'graffiter' Ivo Santos, que assina como Smile.
'Graffiter' Smile pinta história de Odivelas em muro de 120 metros

Autor: Lusa/AO Online

 

Papel com o desenho numa mão e lata de 'spray' na outra, Smile vai dando forma à primeira fase do mural, na Rua António Ferreira, na qual retrata o Cruzeiro, ou Memorial, de Odivelas, classificado como Monumento Nacional. “Vou contar os pontos mais fortes do concelho de Odivelas, os passos que marcaram o concelho”, contou o ‘graffiter’ à agência Lusa.

Na segunda fase, será retratada a lenda que terá dado origem ao Mosteiro de Odivelas, e na qual o rei D.Dinis é atacado por um urso. Reza a lenda que, vendo o perigo que corria, o rei terá pedido proteção a S.Dinis e a S.Luís, a quem prometeu que iria construir um mosteiro no seu paço de Odivelas, se o salvassem.

A terceira fase é dedicada à marmelada branca de Odivelas, originalmente confecionada pelas freiras Bernardas.

“Vai terminar no 25 de Abril de 1974, dia em que as tropas saíram do quartel da Pontinha”, adiantou Smile.

O ‘graffiter’ conta que o mural, com 120 metros de comprimento, esteja pronto até ao final de maio. “São 1.500 metros quadrados, o que torna este mural o maior até à data em Portugal, neste caso pintado apenas por um artista”, disse.

O esboço surgiu depois de um ‘briefing’ com responsáveis da Câmara de Odivelas, que patrocina o mural, pesquisas, trabalho de computador e montagens de fotografias. “Mas há muita coisa que, depois, nasce na parede, por situações que vão acontecendo ao longo da pintura”, referiu.

Smile começou a pintar na terça-feira e, desde então, a reação de quem passa “tem sido bastante positiva, porque este muro nunca tinha sido pintado, nunca tinha levado uma cor, estava em betão bruto e é um muro muito extenso para estar cinzento”.

Quando a Lusa se deslocou ao local, comprovou o interesse de quem passava, a pé ou de carro, e parava para tirar fotografias ou conversar com Smile.

Um automobilista fez questão de parar o carro para perguntar se “a pintura leva algum produto para a proteger”. “É uma pena se estragarem, isto fica espetacular”, referiu, antes de seguir viagem.

Há 16 anos, quando Smile começou a pintar paredes, as coisas não eram bem assim. “Não havia muitas pinturas e as pessoas, qualquer coisa que viam, associavam ao vandalismo”, disse.

Para o ‘graffiter’, o passar dos anos “e a Internet ajudaram a que as pessoas tenham uma mente diferente e percebam que isto tem um lado bom e pode trazer algo positivo ao dia-a-dia”.

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