Autor: Lusa/AO online
"Confirmam-se as expectativas que hoje seria um dia com maior adesão, seguindo o crescendo desde o primeiro dia de greve, o que reflete a contestação e o descontentamento da classe", afirmou o presidente do Sindicato Democrático dos Professores dos Açores (SDPA), que convocou três dias de paralisação entre quarta-feira e hoje.
Após três dias de paralisação, o presidente do sindicato, José Pedro Gaspar, advoga que a estrutura sindical "vai internamente avaliar" estes dias de greve e "ficar na expectativa para o Governo açoriano abra um processo negocial para tratar as questões".
O secretário regional da Educação e Cultura dos Açores, Avelino Meneses, defendeu hoje, por seu turno, que a greve de professores que decorreu nos últimos três dias teve pouca expressão.
“A greve teve uma adesão baixa, de 13% no primeiro dia, de 10,4% no segundo dia e neste terceiro e último dia de 8,7%, pelos dados que possuímos”, adiantou, em declarações aos jornalistas, à margem de uma audição na Comissão de Assuntos Sociais da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, em Angra do Heroísmo.
Segundo Avelino Meneses, a greve dos docentes forçou apenas o encerramento de uma escola, no terceiro e último dia de protesto.
“Todas as 40 unidades orgânicas do sistema educativo regional estão em funcionamento e hoje temos apenas uma escola de primeiro ciclo encerrada na ilha Terceira”, salientou.
Na quarta-feira, o primeiro de três dias de greve, algumas dezenas de docentes manifestaram-se nas Portas da Cidade de Porta Delgada, enquanto que na quinta-feira o local de protesto escolhido foi as Portas do Mar.
O SPDA pede ao Governo regional o descongelamento "sem constrangimentos" das carreiras ou a "validação da totalidade de tempo de serviço congelado".
O facto de os três dias de greve se sucederem à pausa de Natal e Ano Novo motivou o secretário regional da Educação e Cultura a declarar na semana passada que o sindicato confundiu uma greve com um "prolongamento de férias", mesmo reconhecendo que a greve é um "direito inalienável de todos os trabalhadores".
Na resposta, o presidente do SDPA acusou o executivo regional de "prolongar a austeridade" para o setor, ao mesmo tempo que "ataca" a imagem dos docentes com declarações "inaceitáveis".
O Sindicato dos Professores da Região Açores (SPRA), outra força sindical da classe na região, não convocou greve para os dias em causa.