Açoriano Oriental
Governo quer reforço da proteção das zonas de pesca artesanal
O Governo dos Açores defendeu o reforço da proteção das zonas de pesca artesanal no arquipélago, apontando a insuficiência da Política Comum de Pescas na defesa da "fragilidade biológica" da Zona Económica Exclusiva adjacente às ilhas.
Governo quer reforço da proteção das zonas de pesca artesanal

Autor: Lusa/AO online

“A solução que, atualmente, existe no âmbito da Política Comum de Pescas não é suficiente para cumprirmos o objetivo da gestão de recursos de forma precaucionária e sustentável, nem garante a estabilidade das capturas à nossa comunidade piscatória”, apesar de o Parlamento Europeu ter aprovado a criação de zonas “biogeográficas sensíveis”, que permitem à região gerir os seus bancos de pesca e os montes submarinos para além das cem milhas, disse Luís Neto Viveiros, secretário regional dos Recursos Naturais.

Por isso, e “para garantir uma maior rentabilidade e sustentabilidade a longo prazo”, é necessário “reforçar as zonas de proteção à pequena pesca artesanal”, defendeu, sublinhando que nos Açores mais de 90% do peixe descarregado nas lotas resulta deste tipo de pesca, feita com recurso a aparelhos de linhas e anzóis, “com impactos mínimos sobre o meio marinho e originando produtos de grande potencial em termos de qualidade”.

A frota açoriana deverá também diversificar a atividade e capturar espécies ainda não exploradas, acrescentou Neto Viveiros, que falava na cerimónia de apresentação do projeto de requalificação do porto de Santa Cruz da Graciosa, em que esteve presente também o presidente do Governo regional, Vasco Cordeiro.

Para o Governo dos Açores, o setor das pescas é “um dos pilares” do desenvolvimento das ilhas, assegurou Neto Viveiros, reiterando que o desafio neste momento não é pescar mais, mas “vender melhor”, até para garantir melhores rendimentos para os próprios pescadores.

Neste contexto, reforçou que o desenvolvimento do setor passa por “manter o esforço na consolidação da organização coletiva dos pescadores”, revelando que o executivo assinou novos protocolos de cooperação com 15 associações, num montante global superior a 600 mil euros para apoio a funcionamento, limpeza de portos e recolha de pescado.

"Pretendemos melhorar a qualidade de vida e a dignidade das nossas comunidades piscatórias, promovendo, também, a diversificação das suas atividades económicas e sociais tradicionais", acrescentou o secretário regional dos Recursos Naturais, apontando como exemplo o aumento da "pesca-turismo".

O projeto de consolidação do porto de Santa Cruz da Graciosa (conhecido como porto da Calheta), muito atingido pela agitação marítima e galgamentos do mar durante o inverno, visa melhorar a sua segurança e operacionalidade. Os trabalhos ascenderão a um investimento de cerca de meio milhão de euros.

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