Açoriano Oriental
Governo não conhece contas da Porto de Abrigo
O Governo Regional dos Açores revelou hoje que a cooperativa Porto de Abrigo foi afastada da gestão de quatro portos de S. Miguel por “não demonstrar capacidade de gestão adequada”, considerando “sem fundamento” as acusações de falta de diálogo.
Governo não conhece contas da Porto de Abrigo

Autor: Lusa / AO Online

O executivo, numa nota da Subsecretaria Regional das Pescas divulgada ao princípio da noite, refere que a cooperativa “não estava a demonstrar uma capacidade de gestão adequada, revelando falha no cumprimento das obrigações”, seja no apoio aos pescadores ou no pagamento de salários aos trabalhadores.

Por essa razão, “a Lotaçor passou a assumir a gestão dos portos de pesca de Rabo de Peixe, Mosteiros, Porto Formoso e Maia, bem como o controlo da recolha de pescado em S. Miguel”.

Segundo o executivo, esta medida teve como objetivo “resolver a situação laboral dos trabalhadores, precaver uma melhor gestão daquelas áreas portuárias e da primeira venda de pescado”.

“A Lotaçor garantirá todo o serviço de apoio aos pescadores, considerando a situação de falta de condições operativas da Porto de Abrigo”, acrescenta a nota do executivo açoriano.

Esta tarde, o presidente da Porto de Abrigo, Liberato Fernandes, anunciou a intenção de “acampar” na sede da cooperativa e iniciar um “jejum gradual” para pressionar o governo a dialogar para resolver a “difícil situação financeira” da instituição.

Numa conferência de imprensa em Ponta Delgada, Liberato Fernandes acusou o governo regional e a Lotaçor, empresa de capitais públicos que gere a pesca nos Açores, de “falta de capacidade de diálogo”.

A acusação foi considerada “sem qualquer fundamento” pelo executivo açoriano, que revelou ainda estar a aguardar uma “explicação detalhada sobre as razões que conduziram à atual situação de colapso financeiro da cooperativa”.

Na nota hoje divulgada, o governo regional acusou a Porto de Abrigo de não apresentar contas para análise da situação, recordando que a cooperativa recebe apoios governamentais.

Relativamente ao protesto anunciado por Liberato Fernandes, o executivo considera que, além de se basear em “causas infundadas”, é um “ato de ostentação mediática que não influirá em qualquer decisão” do governo regional.

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