Açoriano Oriental
Inquérito/Banif
Governo insiste que houve "falha de informação grave" de Carlos Costa
O Governo reafirmou a convicção de que o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, cometeu uma falha de informação grave ao não o informar das diligências que fez junto do BCE relativamente ao Banif.
Governo insiste que houve "falha de informação grave" de Carlos Costa

Autor: Lusa/AO Online

 

"Mantenho. Acho que foi grave que não me tivesse sido dado conta naquele dia que havia um procedimento em Frankfurt sobre o acesso à liquidez do Banif, quando eu trabalhava numa forma de assegurar a liquidez do Banif até ao final dessa semana", afirmou o secretário de Estado Adjunto, do Tesouro e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix.

O membro do executivo de António Costa rejeitou mesmo o argumento de que Carlos Costa não podia prestar informações sobre a situação do Banif.

"As explicações que me foram dadas, não colhem", realçou Mourinho Félix durante a sua audição na comissão parlamentar de inquérito ao Banif.

Mourinho Félix recordou que o tratado europeu não impedia que se dessem informações relativamente ao banco.

"O que está escrito no Tratado da União Europeia não é que eu não posso ser informado, é que eu não posso influenciar uma decisão" do Banco de Portugal, vincou.

"Não é ilegal, não é ilegítimo, mas diz bem do grau de independência em que as pessoas se sentem. Independente é quem pensa pela sua cabeça, não é quem oculta informação", considerou o governante.

Mourinho Félix reforçou que, neste caso, "não há violação da lei”. “Há discussão pública e discussão política. E disso ninguém está livre", salientou.

Em meados de abril, o Governo acusou o Banco de Portugal de ter cometido uma "falha de informação grave" na resolução do problema do Banif, ao ter omitido que pediu ao BCE para limitar o financiamento àquela instituição financeira.

Em declarações ao Público, Ricardo Mourinho Félix, alegou não só desconhecimento da iniciativa do Banco de Portugal junto do supervisor de Frankfurt, como a qualificou de "falha de informação grave".

O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, sugeriu ao Banco Central Europeu (BCE) que limitasse o acesso do Banif à liquidez do Eurosistema, ao mesmo tempo que pedia ao executivo português para encontrar forma de garantir dinheiro para o banco, tendo já explicado que essa limitação era a menos gravosa para o Banif face à difícil situação de liquidez do banco naquela altura.

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