Autor: Lusa/AO Online
“Pretendemos dessa forma dar continuidade ao objetivo principal do Governo [Regional], que é colocar à disposição de investidores privados o aproveitamento de todo este património que a região tem, obviamente, com contrapartidas para os Açores”, declarou Vasco Cordeiro.
O chefe do executivo açoriano visitou hoje a reflorestação de uma zona na freguesia de Água Retorta, no concelho da Povoação, que integrou o primeiro concurso de corte de madeira em matas públicas dos Açores, que foi lançado em 2014.
Nos Açores, existem 71 mil hectares de floresta (31% do território das ilhas), dos quais 12.698 são criptoméria, estando sob gestão pública 4.500 hectares desta espécie.
Vasco Cordeiro considerou que a contrapartida mais significativa da exploração de madeira concessionada pela região assenta justamente na obrigação dos vencedores do concurso reflorestarem os terrenos com espécies endémicas, a par da criptoméria, visando assegurar para as futuras gerações um património ambiental.
Cerca de 70% da madeira que foi cortada na exploração concessionada pelo Governo dos Açores em Água Retorta destina-se à exportação, um dos objetivos do projeto, segundo Vasco Cordeiro, que lembrou também a intenção de certificação da criptoméria.
Vasco Cordeiro considerou que o percurso agora iniciado de exploração da madeira nos Açores, em termos económicos, não se vai realizar “num só dia ou num só ano”.
“Nós já o iniciámos, há ainda muito trabalho a fazer, desde logo, do ponto de vista do aproveitamento das potencialidades que esta madeira em geral tem e, sobretudo, aquela que carrega o selo da certificação também pode apresentar”, frisou o governante.
O presidente do Governo dos Açores está apostado em criar condições para a sustentabilidade de uma exploração com dimensão deste recurso, estando convicto de que este projeto, quando “atingir a velocidade cruzeiro”, poderá criar mil postos de trabalho, tal como já havia sido anunciado.
Vasco Cordeiro especificou que não se está a falar apenas nos postos de trabalho gerados na área do corte da madeira, mas também no seu transporte, na limpeza e reflorestação dos terrenos e nas serrações, para além da restante cadeia.
Por outro lado, declarou que o Governo Regional não se pretende substituir à iniciativa privada nesta área, referindo que existem ilhas onde há oferta privada de matéria-prima e outras não, o que implica ir procedendo a avaliações e dar condições para que este possa ser um novo setor da economia açoriana.
O Governo dos Açores anunciou no final de janeiro de 2014 um plano de "rentabilização da fileira da madeira" que começou com a abertura de um primeiro concurso internacional para o corte e venda de 103 hectares de árvores em matas públicas localizados em zonas dos concelhos do Nordeste, Povoação e Ribeira Grande, na ilha de São Miguel.