Açoriano Oriental
Governo dos Açores diz que obras das galerias comerciais devem começar este ano
O Governo dos Açores anunciou que devem arrancar ainda em 2017 as obras do projeto inacabado das galerias comerciais da Calheta Pêro de Teive, embora não haja uma calendarização escrita com o Fundo Discovery.
Governo dos Açores diz que obras das galerias comerciais devem começar este ano

Autor: Lusa/AO Online

 

“O Governo Regional já deu a conhecer ao Fundo um calendário máximo de execução [da obra]. Não temos dúvidas de que vai ser cumprido”, afirmou o diretor regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade, Ricardo Medeiros, numa sessão pública de esclarecimento sobre o futuro das galerias comerciais, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

Em junho de 2016, o Fundo Discovery apresentou uma solução para as galerias, localizadas na marginal de Ponta Delgada, que previa demolições, a redução de volumetria e a criação de um jardim público.

Na ocasião, Pedro Seabra, do Fundo Discovery Portugal, referiu não ter uma calendarização para a concretização do projeto, nem revelou o valor do investimento.

Ricardo Medeiros referiu que ficou acordado o Fundo Discovery apresentar “até ao final de março” o pedido de informação prévia, depois “tem até ao final de junho para submeter o projeto de arquitetura”, para que a obra se inicie passados quatro meses, após a obtenção dos devidos licenciamentos.

O diretor regional revelou que o Fundo Discovery está a preparar “um processo complexo, volumoso e que nem sempre corre como o desejado”, que o dinheiro para realizar a obra em Ponta Delgada “não será transferido para outro projeto do fundo” e que “têm demonstrado todo o interesse em continuar a cumprir o acordado”.

“Não há acordo escrito, mas não estou preocupado, porque o envolvimento [do Fundo Discovery no arquipélago] é muito grande”, sustentou Ricardo Medeiros, acrescentando que desde 2014 até ao presente “o Fundo já investiu nos Açores 34 dos 50 milhões de euros previsto e criou 200 de um total de 300 postos de trabalho”.

O presidente da Câmara de Ponta Delgada, José Manuel Bolieiro, reconheceu que, até ao momento, “os incumprimentos de prazos são notórios”, mas expressou confiar na credibilidade do Fundo Discovery, que já tem em funcionamento na ilha de São Miguel dois hotéis.

José Manuel Bolieiro disse estar agendada para fevereiro uma nova reunião com os responsáveis do Fundo Discovery, assegurando que após o pedido de informação prévia e dos restantes tramites legais será dada “velocidade máxima, para que arranquem as respetivas demolições”.

Para o movimento cívico “Queremos a Calheta de Volta”, iniciado em 2013, a sessão de esclarecimento, organizada pela Junta de Freguesia de São Pedro, é “a maior vitória deste processo, porque dói ver as galerias comerciais inacabadas”.

“Mais do que todas as promessas políticas, nenhuma delas cumpridas, vale a pena estarmos aqui e ouvirmos falar de datas concretas para as galerias da Calheta”, afirmou um dos impulsionadores do movimento cívico, Santos Narciso.

O presidente da Junta de Freguesia de São Pedro, José Leal, explicou que o Fundo Discovery também foi convidado a participar, mas o administrador do Fundo nos Açores, João Rodrigues, justificou a ausência, por e-mail, alegando que “não estavam reunidas condições para estarem presentes na data proposta”.

A agência Lusa também tentou obter esclarecimentos sobre este processo junto do Fundo Discovery, mas sem sucesso até ao momento.

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