Açoriano Oriental
Governo dos Açores diz que consolidação da falésia em Rabo de Peixe começa este ano
O secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia, nos Açores, afirmou hoje que a obra de consolidação de uma falésia em Rabo de Peixe, que sofreu na quinta-feira nova derrocada, terá início ainda este ano.
Governo dos Açores diz que consolidação da falésia em Rabo de Peixe começa este ano

Autor: Lusa/AO Online

 

"Deve ter início ainda este ano. O projeto de execução está a ser ultimado”, afirmou Fausto Brito e Abreu aos jornalistas, após uma reunião com o presidente da Câmara da Ribeira Grande, técnicos do Laboratório Regional de Engenharia Civil (LREC), representante da Autoridade Marítima e o presidente da Junta de Freguesia de Rabo de Peixe.

Na quinta-feira ocorreu, na vila de Rabo de Peixe, concelho da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, uma nova derrocada na falésia sobranceira ao porto, o que deixou novamente a população em sobressalto, tendo esta voltado a insistir na necessidade de obras urgentes para consolidar a falésia.

Desde 2015 que a zona onde ocorreu a derrocada está a ser intervencionada por parte do Governo Regional dos Açores, com a demolição de mais de duas dezenas de imóveis em risco, o recuo do limite do passeio do lado norte e imposição de restrições ao trânsito na Rua de São Sebastião.

Fausto Brito e Abreu referiu que pela informação técnica que recebeu “não há nenhuma habitação em risco que exija realojamento de pessoas e a estrada também não apresenta nenhum tipo de fissuras”.

O governante revelou que entre as “medidas imediatas” a tomar consta a interdição da circulação automóvel na Rua de São Sebastião, já em curso, e “vai ser avaliada a possibilidade de fazer o desprendimento controlado de alguns blocos, que ameaçam ruir”, porque após a última derrocada “criaram-se fendas de descompressão”.

Admitindo que possam ocorrem novas derrocadas na zona, Fausto Brito e Abreu adiantou que “há a suspeição de ter havido infiltração de águas das chuvas recentes ou até mesmo algum esgoto que não seja conhecido de alguma casa”, acrescentando que a Câmara da Ribeira Grande está a inspecionar a rede de águas fluviais e analisar casa a casa nesta rua.

Segundo disse o secretário regional, reiterando que a obra do novo porto nada tem a ver com as derrocadas, a estrutura geológica da arriba em questão é “muito frágil e instável”, tendo regredido desde os anos 50, do século XX, “cerca de 40 centímetros por ano em média”.

Para o autarca da Ribeira Grande, Alexandre Gaudêncio, estamos perante uma “obra urgente e que merece toda a atenção das entidades competentes”.

“Espero que agora passemos das palavras aos atos e que fiquem sempre salvaguardadas pessoas e bens”, afirmou Alexandre Gaudêncio, alegando que a autarquia tem monitorizado o evoluir deste processo desde o início.

Questionado sobre a construção de uma nova moradia na Rua de São Sebastião, o presidente da Câmara justificou que o processo de licenciamento foi “normal” e que “a partir do momento em que não há perigo classificado ou iminência de perigo qualquer obra pode ser feita em conformidade com a legislação”.

 

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