Açoriano Oriental
Governo dos Açores destina 11 milhões de euros de fundos comunitários à inclusão social
A secretária Regional da Solidariedade Social dos Açores, Andreia Cardoso, destacou hoje a importância dos programas de inclusão social e revelou que a Região pretende investir 11 milhões de euros de fundos europeus nessa área.
Governo dos Açores destina 11 milhões de euros de fundos comunitários à inclusão social

Autor: Lusa/AO Online

"O Governo Regional alocou, no âmbito do PO2020 [Programa Operacional 2020] Açores, uma verba de 11 milhões de euros destinados à criação de empresas e à capacitação de jovens e outros públicos especialmente vulneráveis", frisou Andreia Cardoso, em declarações aos jornalistas, à margem da inauguração da remodelação do edifício sede da Cáritas da Ilha Terceira, em Angra do Heroísmo.

A secretária Regional da Solidariedade Social realçou o trabalho que Cáritas tem desenvolvido em colaboração com as escolas públicas no âmbito da inclusão social, num projeto que "desenvolve currículos alternativos", apresentando uma "forma de aprendizagem diferente daquela que é a tradicional".

"Atendendo ao trabalho que a Cáritas vem desenvolvendo, agora também especificamente na capacitação de jovens na área das atividades agrícolas, é possível da nossa parte, com recurso ao PO2020, disponibilizar um conjunto de verbas que são indispensáveis a esta e a outras instituições, que desenvolvem este trabalho de capacitação de públicos mais vulneráveis", frisou.

Segundo Anabela Borba, presidente da Cáritas da Ilha Terceira e da Cáritas Açores, desde 2006 que a entidade disponibiliza cursos de formação, que incluem contacto com o meio profissional, mas tem também desenvolvido, dentro das escolas, um trabalho de prevenção do abandono escolar e de integração dos jovens.

"Há, de facto, ainda muita exclusão social dentro das escolas, principalmente quando existem fatores negativos da parte dos jovens. Nós trabalhamos nisso, na prevenção. Fazemo-lo ao nível do segundo ciclo, mas também já ao nível do primeiro ciclo, com uma parceria com a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo", explicou.

Para a presidente da Cáritas nos Açores é preciso um contacto mais estreito com as famílias para combater o insucesso e o abandono escolar.

"Muitas vezes, associado ao baixo rendimento escolar, ao abandono, estão quase sempre famílias pouco preocupadas e que valorizam pouco a questão da escola. O nosso trabalho vai, também, procurar captar a atenção dessas famílias e de chamar à atenção para a importância que tem de ser dada ao estudo dos jovens", frisou.

Anabela Borba defendeu, ainda, a necessidade de uma maior articulação dos técnicos das IPSS, como a Cáritas, com as Comissões de Proteção de Crianças e Jovens, com as escolas e as famílias, para uma melhor e mais atempada intervenção nas situações de risco.

"Temos de ir mais longe e, se não existem ainda políticas suficientes ou se não existem meios, temos de os descortinar e chamar à atenção para o poder político. A culpa não é dele, naturalmente, mas existem situações que ainda não têm a resposta necessária", salientou.

O edifício utilizado agora pela Cáritas, um antigo lar de acolhimento de crianças e jovens, foi alvo de obras de melhoria num investimento total de quase 200 mil euros, dos quais 170 mil foram financiados por fundos comunitários.

O espaço disponibiliza serviços de atendimento social de emergência, formação de jovens e inclusão social em projetos de empregabilidade.

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