Açoriano Oriental
Governo dos Açores defende envolvimento de privados na açucareira Sinaga
O secretário regional da Agricultura, nos Açores, reiterou hoje que a viabilização da açucareira Sinaga passa pelo envolvimento dos privados, sem esclarecer quem suportará o passivo superior a 20 milhões de euros.
Governo dos Açores defende envolvimento de privados na açucareira Sinaga

Autor: Lusa/AO Online

“A solução do futuro na Sinaga, de viabilização da empresa, há de passar, naturalmente, por uma solução em que estejam envolvidos também os parceiros privados”, afirmou João Ponte, após uma reunião com a Direção do Sindicato das Indústrias Transformadoras, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

Em novembro, o secretário regional da Agricultura e Florestas dos Açores, João Ponte, disse, no parlamento, que uma solução sobre a empresa açucareira Sinaga, na ilha de São Miguel, deverá ser conhecida dentro de seis meses e envolver privados.

O governante estimou hoje que o plano estratégico, que o atual conselho de administração da Sinaga está a produzir, possa ser conhecido em maio de 2017, detalhando o valor do investimento necessário para modernizar tecnologicamente a empresa e qual a área de produção de beterraba é preciso para viabilizar o negócio, entre outros aspetos.

Segundo João Ponte, independentemente da solução que vier a ser definida para a Sinaga, encerramento ou viabilização, “a situação dos trabalhadores será sempre devidamente acautelada”.

De acordo com o secretário regional da Agricultura e Florestas, a atual situação de tesouraria da Sinaga é “sufocante e complexa”, pelo que pediu, em nome do Governo Regional, aos agricultores que ainda aguardam pagamentos que compreendam, garantindo que “a situação será resolvida nos próximos dias”.

Questionado sobre quem assumirá o passivo da açucareira, da ordem dos 22 milhões de euros, caso os privados sejam envolvidos no negócio, João Ponte limitou-se a responder que a situação será vista “a seu tempo”, apesar de reconhecer que quando se fala em “um novo modelo de negócio essa questão financeira terá de ser tratada”.

Para o representante sindical, a reunião foi “extremamente importante”, porque “finalmente” se conversou sobre a viabilização de uma “empresa singular” no arquipélago.

“O que nós queremos é que a Sinaga, que é uma indústria centenária, continue e consideramos que existem condições para isso”, afirmou Vítor Silva, argumentando que “a cultura da beterraba pode ser um complemento importante, face ao atual estado da agricultura”.

Para Vítor Silva, a realização do plano estratégico é “algo palpável e que deve ser apresentado e implementado o mais rápido possível”, para que os 72 trabalhadores da Sinaga possam voltar a ter paz laboral.

“Os trabalhadores da Sinaga (…) têm sido verdadeiros heróis e tudo fizeram para que a empresa continue”, considerou Vítor Silva, que também já reuniu com a direção da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada e da Associação Agrícola de São Miguel.

Vítor Silva alegou que existiram, durante sucessivas administrações, “uma série de erros” que levaram a Sinaga à atual situação, que importa serem corrigidos de uma vez, pois “os trabalhadores acreditam no futuro da empresa”.

 

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