Autor: Lusa/AO online
Acompanhado pelo candidato pelo círculo de Santarém, Gonçalo Silva, numa comitiva de cinco pessoas, Gonçalo da Câmara Pereira ainda foi desafiado a cantar, mas, sem a companhia dos guitarristas, aproveitou a sua experiência de fadista, que sente como "dói o dia-a-dia das pessoas" e as percebe, para "auscultar o pulsar de um povo, as suas necessidades".
"Nós somos o partido da forquilha, do trabalho", foi dizendo a quem "sabe bem o que isso é": "Trabalhei muito com ela", ouviu de uma das vendedoras de fruta e hortícolas de um mercado que "está a ser enforcado", lamentou outra.
O presidente do PPM, que encabeça à lista do partido por Lisboa às eleições do próximo domingo, passou o final da manhã de hoje dentro do histórico mercado de Santarém, uma obra do arquiteto Cassiano Branco inaugurada em 1930.
"Sente-se uma grande necessidade das pessoas em não votarem nos mesmos. Não conseguimos foi passar através dos órgãos de comunicação a mensagem de qual o partido em que podiam votar. As pessoas não sabem em quem votar neste momento [...] nós não conseguimos chegar às pessoas", disse à Lusa.
Junto à sua banca de fruta, uma das vendedoras confessa a sua indecisão em aderir à causa monárquica, porque "isto como está não dá, tem que levar uma volta", e, já com o folheto "Aliança com o Povo é ser... PPM" na mão, acaba confessando que não estava a pensar votar, mas ficou decidida a ir às urnas no domingo.
Sem "embandeirar em arco", Gonçalo da Câmara Pereira vai dizendo que só precisa de 25.000 votos para ter um lugar no parlamento, onde se compromete a assumir a bandeira da descentralização e do municipalismo.
"O projeto do PPM, desde há 40 anos, é a força dos municípios, São eles os motores da economia e não o Governo [...], são eles que podem ter a força para salvar Portugal", disse à Lusa, frisando que é a intervenção local que permite a construção do país "de baixo para cima".
Só com a descentralização, defende, se pode contrariar a desertificação a que o país está condenado se "Lisboa continua a ser o polo centralista que emana o manto diáfano da fantasia sobre o povo".
"Enquanto não se descentralizar para ser o povo a decidir e a participar na reconstrução de Portugal nada se faz. O PPM oferece esta descentralização", declarou.