Autor: Lusa/AO Online
Questionado pelos deputados sobre a sua afirmação acerca da existência de técnicas agressivas de venda de determinados produtos financeiros e se a administração do banco teve responsabilidades, Jacinto José Brito da Silva foi perentório: "Relativamente a isso não tenho qualquer tipo de dúvida".
E, na comissão parlamentar de inquérito ao Banif onde foi hoje ouvido, acrescentou: "Por relatos de alguns ex-funcionários do Banif, eles próprios foram de tal forma pressionados pelos seus superiores do banco que hoje estão a sofrer grandes consequências, estão a pagar empréstimos, juros e não têm nada".
O presidente da ALBOA reforçou ainda que os responsáveis do banco "fizeram pressões sobre os seus próprios funcionários" e "obviamente obrigando-os junto dos clientes - aquelas pessoas que confiavam plenamente nestes funcionários - a subscreverem os produtos".
"Isso é mais do que evidente. Temos inúmeros casos de situações desse tipo", disse.
Quem também falou na comissão parlamentar de inquérito foi o responsável pelo apoio direto aos lesados dos Açores, Carlos Martins, que, emocionado, relatou casos de pessoas a quem esta situação aconteceu.
A 20 de dezembro de 2015, num domingo, o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif, com a venda de parte da atividade bancária ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, e a transferência de outros ativos - incluindo 'tóxicos' - para a nova sociedade veículo.
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