Açoriano Oriental
Fuga de talentos devido aos cortes orçamentais
O vice-presidente do Instituto Superior Técnico, Arlindo Oliveira, alertou hoje para a “fuga de talentos” e redução nos serviços de limpeza, manutenção, obras e segurança na instituição, decorrentes dos cortes previstos no Orçamento do Estado para 2012.
 Fuga de talentos devido aos cortes orçamentais

Autor: Lusa/AO Online

Em declarações à Agência Lusa em reação à proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2012 (OE2012) entregue na Assembleia de República na segunda-feira, Arlindo Oliveira afirmou que “em termos globais, a instituição está a ser financiada a níveis que já não se viam desde 2003, 2004”.

Segundo o vice-presidente do IST, estes cortes - especialmente a perda dos subsídios de férias e de natal em 2012 e 2013 - vão resultar na “fuga de talentos de colaboradores, professores, investigadores e funcionários que tenham outras alternativas”, dando o exemplo de dois elementos da sua equipa que já anunciaram a intenção de sair de Portugal.

“Isto nota-se mais em carreiras de investigação que têm muita mobilidade nacional e internacional. Reduzir-se-á a função pública, mas pela via errada, que é perder os mais capazes e não aqueles que menos faziam”, criticou.

Segundo os números da instituição, “a redução global do financiamento do IST será de 33 por cento, comparativamente com 2009”.

“Se toda a administração pública tivesse sofrido uma redução semelhante já não tínhamos défice há muito tempo”, atirou.

Arlindo Oliveira explicou à Lusa que o IST terá que “cortar numa série de serviços fundamentais desde contratos com empresas de limpeza, manutenção, obras e segurança”.

“Essa é a parte em que existe alguma flexibilidade e vamos cortar para níveis que eu considero inaceitáveis de serviço mas que são os níveis que é possível ter com este orçamento”, lamentou.

Segundo o responsável, este orçamento vai ainda aumentar “a dificuldade do financiamento dos projetos” do IST.

“A perda que vamos ter com a fuga de recursos humanos altamente qualificados para outros países essa, provavelmente, não vai ser recuperável e é, a longo prazo, a que me preocupa mais”, declarou.

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