Açoriano Oriental
França torna obrigatório declarar compra de produtos utilizáveis em bombas

Qualquer pessoa que queira comprar em França produtos que possam ser utilizados para fabricar explosivos terá de identificar-se e explicar qual a utilização que pretende dar-lhes, indica um decreto publicado que visa evitar as bombas artesanais.

França torna obrigatório declarar compra de produtos utilizáveis em bombas

Autor: Lusa/AO online

A nova legislação "visa, nomeadamente, impedir o fabrico de TATP", ou peróxido de acetona, muito utilizado nos atentados reivindicados pela organização jihadista Estado Islâmico (EI), explicou à agência francesa AFP uma fonte próxima do tema.

Para "prevenir ameaças contra a segurança pública", num país - como a França - que sofreu uma vaga de atentados que causaram 239 mortos desde o início de 2015, o decreto também impõe restrições mais apertadas à compra e à venda de "precursores de explosivos" (substâncias ou misturas com grande potencial para serem utilizadas no fabrico de explosivos, como fertilizantes, detergentes, tintas ou cosméticos).

Qualquer pessoa que os queira comprar deve apresentar ao vendedor um documento de identidade que tenha uma fotografia, indica o decreto.

O comerciante deverá depois guardar a identidade do comprador, a sua assinatura, uma descrição precisa do produto adquirido, a utilização prevista para o produto, a data, o local e o modo de pagamento do mesmo.

Estes registos serão depois compilados pela polícia ou pelos "gendarmes" (polícia paramilitar semelhante à GNR portuguesa).

De acordo com o decreto, os comerciantes que vendam precursores de explosivos sem respeitar as novas disposições incorrem em multas até 1.500 euros.

Os precursores são produtos químicos de uso corrente. Entre os mais conhecidos inclui-se a acetona, um solvente de consumo corrente que é o principal componente do TATP; o peróxido de hidrogénio, que se encontra em produtos para descolorir o cabelo; e diversos nitratos contidos nos fertilizantes granulados.

A célula jihadista responsável pelos atentados de 17 e 18 de agosto na Catalunha tinha comprado 500 litros de acetona, com o objetivo de fabricar bombas de TATP.


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