Açoriano Oriental
Monumento em Angra
Forcados representam Escola de Vida

O 45º aniversário dos Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense será celebrado com a inauguração do Monumento ao forcado, na entrada da Praça de Toiros da Ilha Terceira, a 24 de junho. A data ganha redobrado simbolismo com a passagem de testemunho de Adalberto Belerique ao novo cabo do Grupo, João Pedro Ávila.

A comissão para a construção do Monumento ao Forcado é constituída por Adalberto Belerique, João Hermínio Ferreira, António Baldaya, António Ponte, Ildebrando Ortins, Rui Silva, João Paes, Arlindo Teles e José Matos, integrando, na vertente técnica, o arquiteto José Parreira e os engenheiros Péricles Ortins e Paulo Raimundo.

Adalberto Belerique dá conta da imponência da obra e dos valores inerentes à função de forcado.




Autor: João Rocha

Com um custo de 65 mil euros, o Monumento ao Forcado contou com uma participação ativa dos aficionados na concretização do projeto?

Este projeto foi apresentado à Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, na pessoa do seu presidente, que ficou bastante satisfeito, por este se inserir numa zona importante da cidade, uma das suas entradas, uma zona eminentemente taurina, pois já lá se situam a Praça de Toiros e o Monumento ao Toiro. Este monumento vem como que completar um triângulo. Trata-se de uma zona de forte expansão no que toca ao turismo, sendo já muito procurada pelos que nos visitam para observar e tirar fotos. Neste contexto, a edilidade achou por bem apoiar a obra, custeando 50% do seu valor. Os outros 50% são da responsabilidade da Comissão, tendo-se já conseguido alguns apoios de empresas privadas, bem como de alguns particulares. Existem também alguns grupos de trabalho nos EUA e Canadá, que estão a tentar encontrar apoios junto das nossas comunidades.

O que representa, numa tourada de praça, os forcados? Poderemos falar num misto de coragem e romantismo?

Os Forcados representam, não só dentro da arena, mas também fora dela, uma verdadeira Escola de Vida, pautada por valores que, infelizmente, estão a cair em desuso na nossa sociedade. Duma maneira geral os Forcados são considerados os últimos românticos da Festa, sobretudo pelo facto de serem amadores e um pouco boémios. No entanto, por trás do que se vê nas duas horas de duração do espetáculo, existe um trabalho de um ano inteiro.

Na parte artística e física, pois independentemente de sermos amadores, o público paga para nos ver, e por outro lado num trabalho de base, incutindo aos miúdos toda uma cultura taurina e de valores que está subjacente a esta atividade.

Há um crescente gosto, entre os mais jovens, em ser forcado?

É complicado responder a esta pergunta. Por um lado, sim, e esta atividade até está um pouco na moda em todo o país. No entanto, a quantidade pode não significar qualidade. Se por um lado pode ser muito apetecível ser forcado, digamos que por toda a aura de valentia que o envolve, por outro lado não é fácil sê-lo. De todos os que entram para o Grupo Juvenil, apenas alguns conseguem concretizar esse sonho, porque para além de tudo o resto, terão de ter a maior capacidade de superação de todas, a de se superarem a si próprios e aos seus medos. No entanto, todos aqueles que possam não ter conseguido chegar onde desejavam, tornar-se-ão pessoas diferentes, passarão a dispor de mais conhecimentos, tornando-se melhores aficionados, passarão a lidar com os seus medos de forma diferente e passarão a honrar um Código de Valores que lhes foi passado ao longo de vários anos.





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