Açoriano Oriental
"Finalmente" estivadores retomaram trabalho
O presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, disse hoje que "finalmente" os estivadores retomaram o trabalho no Porto de Lisboa, reafirmando que a greve estava a causar "perturbações" à economia regional.
"Finalmente" estivadores retomaram trabalho

Autor: Lusa/AO Online

 

“É caso para dizer, naturalmente, finalmente”, afirmou Vasco Cordeiro no porto das Velas, no âmbito da visita estatutária que o executivo regional iniciou hoje à ilha de São Jorge.

O chefe do executivo açoriano apontou a este propósito o trabalho desenvolvido pelo Governo Regional, que conseguiu uma “diferença fundamental” relativamente à última greve dos estivadores.

“Há dois anos, apenas nos foi permitido pelo anterior Governo da República [PSD/CDS-PP] ter como serviços mínimos para a nossa região um navio de cinco em cinco dias. Agora foi conseguido, também pelo Governo dos Açores, ter dois navios de cinco em cinco dias, ou seja o dobro”, referiu Vasco Cordeiro.

O governante socialista referiu que “há mercadoria que já devia ter chegado e que ainda não chegou”.

“Há determinado tipo de bens que gostaríamos que já estivessem cá, gostaríamos até que nem tivesse havido greve, porque isso tornava tudo mais fácil”, declarou, reiterando que “o que mudou não foi a postura do Governo Regional”, mas “a postura de alguns que, calados há dois anos, - quando a região só tinha um navio de cinco em cinco dias - “agora vociferaram” quando se alcançou o dobro.

Questionado se a greve estava a ser insustentável para os Açores, Vasco Cordeiro declarou que “estava a ser uma situação que causava perturbações”, assinalando que “o direito à greve também é para respeitar”, sendo que a função do executivo regional foi, “dentro daqueles que são os condicionalismos, criar condições para que a economia açoriana fosse o menos afetada possível”.

Sobre a obra no porto das Velas, no valor de cerca de 18 milhões de euros, Vasco Cordeiro apontou a sua “importância” para a ilha, dado que vai aumentar o cais acostável em 150 metros (para 260 metros), além de contemplar a construção de uma nova gare de passageiros e um armazém oficina.

Para o chefe do executivo, este investimento, a concluir no segundo semestre de 2017, vai tornar a operação neste porto “mais fácil, mais rápida e mais cómoda”, e permitir que atraquem no futuro dois navios em simultâneo.

Vasco Cordeiro enumerou ainda as obras em curso ou previstas iniciar noutros portos da região, destacando que são “fatores de melhoria da competitividade dessas ilhas e da coesão do todo regional”.

A greve dos estivadores do Porto de Lisboa foi suspensa no sábado, depois do acordo alcançado no dia anterior, e o trabalho retomado hoje.

A última fase de sucessivos períodos de greve, que se iniciou há três anos e meio, arrancou a 20 de abril com os estivadores do Porto de Lisboa em greve a todo o trabalho suplementar em qualquer navio ou terminal, isto é, recusavam trabalhar além do turno, aos fins de semana e dias feriados.

A paralisação fora prolongada através de sucessivos pré-avisos até 16 de junho devido à falta de entendimento entre estivadores e operadores portuários sobre o novo contrato coletivo de trabalho.

 

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