Açoriano Oriental
Festival "Walk&Talk" desperta atenção internacional
O festival "Walk&Talk" apostou este ano em menos pinturas de murais e mais noutro tipo de expressões artísticas para não estagnar, despertando cada vez mais o olhar internacional, revelou a organização.
Festival "Walk&Talk" desperta atenção internacional

Autor: Lusa/AO online

“Não podemos estar a estigmatizar e dentro de uma caixinha da arte urbana e dos murais. Há essa necessidade do projeto crescer e se estender a outras expressões”, afirmou Jesse James, em declarações à lusa, num balanço do evento que terminou no domingo.

O "Walk&Talk", organizado pela associação Anda&Fala, realizou-se pela primeira vez em 2011 na cidade de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, e destacou-se pela criação de um museu ao ar livre, com obras inéditas de mais de três dezenas de artistas portugueses e estrangeiros e a participação da população local.

Além do muralismo, a quarta edição do "Walk&Talk" apostou fortemente em arquitetura performativa, performances, instalações e outras experiências, que incluíram a comunidade de outra forma.

Reconhecendo que a arte mural está na génese do festival e irá continuar, Jesse James considerou ser “importante crescer, inovar e apostar na criação artística em várias frentes”, algo que acabou por acontecer este ano, uma vez que só foram feitos cinco murais.

“É essa visão estratégica e postura definida do festival que nós temos tido nos últimos quatro anos que faz com que o New York Times, o ABC de Espanha ou outros meios internacionais se interessem pelo projeto”, referiu, acrescentando só no ano passado ocorreram mais de 240 referências do festival na imprensa.

Para a organização, além da renovação constante, o festival tem “cada vez maior sucesso” porque também consegue trazer aos Açores artistas de renome, de forma gratuita para produzir arte.

A edição 2014 do festival contou com cerca de 60 artistas, o mesmo número da terceira edição, sendo que os artistas internacionais continuam a ser encarados como verdadeiros “embaixadores de experiência”, que ajudam a partilhar e divulgar “lá fora” o festival açoriano.

Desde o início do festival até agora foram pintados dezenas de murais na ilha de São Miguel, sendo que alguns já desapareceram e outros estão em risco de desaparecer, algo que Jesse James disse ser natural e não ser preocupante.

“Não faz sentido manter, nem recuperar. A ideia é introduzir novas coisas. A arte pública é por norma efémera. Esses espaços intervencionados e que acolhem peças de arte podem dar lugar a outros murais ou instalações nos próximos anos”, referiu, lembrando que este ano coube a uma artista argentina renovar uma parede do edifício da Direção Regional da Juventude, já anteriormente intervencionada, mas que necessitou, entretanto, de reparação.

Segundo disse Jesse James, aquando da produção da obra de arte são tomados os devidos cuidados para que o mural possa durar o máximo de tempo.

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