Autor: Lusa/AO online
“É uma obra de grande importância, apesar de termos esperado seis anos”, afirmou Verónica Eduardo, destacando os acessos à freguesia e a intervenção na ribeira, um investimento que o presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, foi conhecer no âmbito da visita estatutária que o executivo regional está a realizar à ilha das Flores.
Verónica Eduardo salientou que a ribeira no inverno “causa grandes medos” e considera “gratificante” haver segurança, pois “as águas estão todas encaminhadas” e os “acessos estão a ser reconstruídos”.
A Fajãzinha foi atingida a 03 de dezembro de 2010 por deslizamentos de terras e inundações, que destruíram duas casas, deixaram a localidade sem eletricidade e obrigaram os cerca de 80 habitantes a mudar durante alguns dias para um aldeamento turístico.
Os deslizamentos deixaram também a localidade sem acesso por via rodoviária, pelo que foi necessário abrir um caminho alternativo.
A obra que está agora a ser executada contempla a captação das águas de escorrência da encosta e da estrada regional de acesso à freguesia, encaminhando-as para um afluente da ribeira Grande, evitando a sua passagem dentro da povoação.
O investimento prevê ainda a repavimentação de alguns arruamentos, estando igualmente contemplada a retificação do acesso de emergência criado na sequência do mau tempo de 2010, bem como da reparação do único acesso à data.
“Antes tínhamos apenas um e quando tivemos, em 2010, que tirar a população, foi por um trilho, o que para população idosa foi muito difícil fazê-lo”, acrescentou Verónica Eduardo.
Questionado sobre os seis anos que passaram desde a intempérie para a execução da obra, o presidente do Governo Regional dos Açores contrapôs que o investimento “está a correr muito bem”.
“Não é a questão dos seis anos para resolver o problema, a questão […] é a definição da intervenção técnica que é necessário fazer e, sobretudo, concretizar a obra e pô-la ao serviço de quem vive aqui”, referiu Vasco Cordeiro.
Além desta obra, que visa diminuir eventuais impactos de futuras intempéries, a Secretaria Regional da Agricultura e Ambiente pediu ao Laboratório Regional de Engenharia Civil (LREC) o desenvolvimento de uma proposta para um Sistema de Monitorização a implementar no denominado “Mega Processo de Instabilidade Geomorfológica que afeta a Fajãzinha”.
A freguesia encontra-se inserida numa grande plataforma “com declives na ordem dos 07 a 20 graus, limitada por uma imponente escarpa de declives verticais e subverticais que atinge a cota máxima de 653 metros e raramente desce abaixo dos 350 metros”, informa a tutela.
Segundo a secretaria, “ao longo dos anos tem-se verificado nesta freguesia a ocorrência de um fenómeno natural que se traduz em deformações visíveis nas construções e pavimentos, bem como roturas em tubagens de canalizações”.
O sistema do LREC, composto por uma Rede de Monitorização Geotécnica e Hidrológica e por uma Rede de Monitorização Geodésica, será brevemente lançado a concurso para implantação, avança a mesma fonte.