O Chá da Gorreana, assim como o Chá do Porto Formoso, localiza-se no único sítio da Europa onde existem plantações de chá para fins industriais, a costa norte da ilha de São Miguel.
A fábrica da Gorreana nasceu no ano de 1883 pelas mãos da família Gago da Câmara e comemora este ano, exactamente, 125 anos de existência.
Nesta indústria, que é um exemplar da Revolução Industrial do século XIX com uma linha de energia motriz, a produção é de cerca de 40 toneladas de chá por ano, proveniente de 45 hectares de plantação.
Ao visitar a fábrica podemos ver o processo de produção in loco dos dois tipos de chá que ali são feitos, o preto e o verde. Na confecção do chá preto, podemos observar o murchar das folhas frescas, que são depois enroladas; em seguida vemos o quarto de fermentação (onde se dá a oxidação das folhas), a secagem e a separação das folhas (feito dia sim, dia não) e, por fim, o empacotamento. O fabrico do chá verde é diferente, pois não há oxidação das folhas, elas são escaldadas com vapor da água.
Ainda durante o passeio pela fábrica, pode aproveitar para saborear os diversos chás que ali são produzidos. Entre eles, o Hysson, que é um chá verde rico em tanino e com um sabor intenso. Já dentro do chá preto existem três variedades: o Orange Pekoe, um chá aromático e muito leve (feito do gomo terminal e a primeira folha); o Pekoe (da segunda folha), menos aromático do que o Orange, mas com um sabor mais intenso, e o Broken Leaf (da última folha, que é mais rija, porque não enrolou), com um aroma e sabor muito suaves. Para além disso, podemos ainda deliciar-nos com o Gelado da Quinta, ali confeccionado com fruta, ovos e leite produzidos no local.
No fim do passeio, aproveite para dar uma volta pelas plantações do chá, com cerca de dois quilómetros.