Autor: Lusa/AO online
"A ADP recebeu, a 26 de dezembro, autorização da Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT) para retomar a atividade total da fábrica", avançou à agência Lusa uma fonte da empresa.
A IGAMAOT tinha emitido um mandado de suspensão de atividade da fábrica, decisão relacionada com a presença da bactéria 'legionella' numa das torres de arrefecimento da unidade.
Na semana passada, a produção foi retomada, depois de a ADP ter efetuado a operação de limpeza da estrutura e da IGAMAOT ter considerado estarem reunidas as condições para que a produção voltasse a efetuar-se.
No relatório final do surto, divulgado a 15 de dezembro, é referido que a situação de Vila Franca de Xira, registada a partir de 07 de novembro, causou 12 mortos e 375 doentes.
Poucos dias após o início do surto, o ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, anunciava uma ação inspetiva extraordinária à ADP, em Vila Franca de Xira, para averiguar um eventual crime ambiental.
A 12 de novembro, a empresa de fertilizantes garantia cumprir a lei e seguir as recomendações das inspeções.
A 21 de novembro, no final da última reunião do grupo de trabalho constituído pelo Ministério da Saúde para acompanhar o surto, o diretor geral da Saúde revelava que as bactérias encontradas em doentes com 'legionella' eram semelhantes àquelas detetadas numa torre de refrigeração da ADP.
Contactada pela Lusa na altura, a empresa escusou-se a comentar o assunto.
A doença do legionário, provocada pela bactéria ‘Legionella pneumophila', contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.