Açoriano Oriental
Eutrofização e alterações nas bacias hidrográficas ameaçam zonas húmidas dos Açores

A eutrofização, a par da alteração das bacias hidrográficas e a introdução de espécies exóticas constituem as principais ameaças às zonas húmidas dos Açores, que possuem 13 dos 31 sítios Ramsar do país, segundo o especialista Vítor Gonçalves.

Eutrofização e alterações nas bacias hidrográficas ameaçam zonas húmidas dos Açores

Autor: Lusa/AO online

“No que se refere aos sistemas lacustres, a eutrofização é um problema muito importante e significativo na região, um dos mais importantes. Associado a este problema ou interligado estão a alteração dos solos das bacias hidrográficas e a introdução de espécies exóticas”, declarou à agência Lusa o docente da Universidade dos Açores.

Os sítios Ramsar resultam da Convenção sobre Zonas Húmidas, a que o país aderiu em 1980, constituindo um tratado intergovernamental adotado em 2 de fevereiro de 1971 na cidade iraniana de Ramsar, representando o primeiro dos tratados globais sobre conservação.

Nos Açores, em 2006, reconhecendo-se a importância estratégica para a conservação da natureza das zonas húmidas, o Governo Regional encomendou um estudo à Fundação Gaspar Frutuoso visando designar um conjunto de sítios Ramsar no arquipélago.

As zonas húmidas são consideradas pela comunidade científica dos ecossistemas mais ricos e produtivos do mundo, em termos de diversidade biológica, possuindo grandes concentrações de aves aquáticas, mamíferos, répteis, anfíbios, peixes e invertebrados, sendo a água o elemento estruturante destes ecossistemas.

Para o investigador, a alteração do coberto vegetal também é “muito importante” não só em termos lacustres, mas igualmente nas zonas encharcadas de altitude, a par da reconversão florestal e ecossistemas de águas correntes, vulgarmente conhecidos por ribeiras.

Aquele elemento do CIBIO da Universidade dos Açores, um centro de investigação de biodiversidade e recursos genéticos, refere que a extração de água também está a revelar-se preocupante, muito embora a maioria de água na região seja usada para consumo humano, sendo de origem subterrânea.

Mas na agricultura “tem-se utilizado água de ecossistemas superficiais, lajes de zonas húmidas e, nalguns casos, com algum impacto negativo”.

Nos Açores, as zonas húmidas dos Açores estão também relacionadas com alguns dos seus maiores problemas, como cheias e derrocadas.

o Dia Mundial das Zonas Húmidas celebra-se a 2 de fevereiro, data em que foi assinada a Convenção de Ramsar, no ano de 1971, tendo este dia sido comemorado pela primeira vez em Portugal em 1998, por iniciativa do Instituto da Conservação da Natureza.


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