Autor: Lusa/AO online
Marine Le Pen e Nigel Farage, grandes vencedores das eleições europeias em França e no Reino Unido, respetivamente, intervieram hoje no primeiro debate da sessão constitutiva do "novo" Parlamento Europeu 2014-2020, sobre os resultados do Conselho Europeu da semana passada, pautando as suas intervenções por críticas à forma como a UE funciona, de forma "ineficaz e burocrática".
Segundo Farage, o processo que levou à indigitação, na passada sexta-feira, de Jean-Claude Juncker para presidente da Comissão Europeia foi o resultado da "regra de ouro" na Europa: "A senhora (chanceler alemã Angela) Merkel fala e os outros obedecem".
Por causa disso, considerou, é que o Reino Unido só conseguiu que a Hungria se unisse a si na oposição ao político luxemburguês para presidente da Comissão - Juncker foi escolhido por maioria qualificada de 26 Estados-membros, com dois votos contra, de Londres e Budapeste.
"Na última votação, parecia a Eurovisão. Não importa se a canção inglesa é boa ou não, porque ninguém gosta de nós na UE", considerou.
Outro dos discursos aguardados esta manhã foi o da líder do partido francês Frente Nacional, Marine Le Pen, que não conseguiu juntar um número suficiente de partidos eurocéticos para formar um grupo no Parlamento Europeu.
A líder de extrema- direita francesa considerou que esta legislatura significa que um "vento novo" sopra no Parlamento europeu, de "liberdade e contestação contra uma UE ineficaz, burocrática e afastada dos cidadãos".
A líder da Frente Nacional criticou Martin Schulz e o acordo entre os principais grupos políticos europeus que o reelegeram como presidente do PE.
"Lamento que o voto seja secreto, gostaria de vos ter aqui de braço erguido", afirmou.
Marine Le Pen disse ainda que aproveitará cada oportunidade para "denunciar estas alianças contranatura" e impedir que Schulz tenha uma mandato "calmo e sossegado".