Açoriano Oriental
Especialistas defendem vacinação para prevenir Doença Invasiva Pneumocócica
Mais de metade dos casos de Doença Invasiva Pneumocócica (DIP) em Portugal verificam-se em crianças acima dos dois anos, o que leva a Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP) a alertar para a necessidade de vacinação.
Especialistas defendem vacinação para prevenir Doença Invasiva Pneumocócica

Autor: Lusa/AO Online

Aproveitando o Dia Mundial da Criança, que se comemora terça feira, os especialistas sublinham aos pais e educadores a importância da vacinação, única forma de prevenir a DIP, que engloba várias patologias, como a meningite, a pneumonia, a sépsis e a otite média aguda (causadas pela bactéria ‘streptococcus pneumoniae’).

Um trabalho realizado pelo Grupo de Estudo da Doença Invasiva Pneumocócica da SPP, que pretendeu avaliar a verdadeira incidência da doença em Portugal, concluiu que 57 por cento dos casos ocorrem em crianças com mais de dois anos.

Filipa Prata, do grupo de estudo, explicou à agência Lusa que, de 2006 a 2008, foram avaliados “todos os casos que iam ao serviço de urgência com esta doença invasiva em Portugal”, nomeadamente a idade da criança, se tinha vacina e qual o tipo de bactéria, “porque a ‘streptococcus pneumoniae’ tem 91 serótipos, daí resultar em várias patologias”.

“O que viemos a constatar de 2006/2007 para 2007/2008 foi que, com a vacina, tinham diminuído os casos nas crianças abaixo dos dois anos, mas que tinham aumentado nas crianças com mais de dois anos”, explicou.

A médica frisou que “o impacto da vacina foi importante, porque diminuiu a mortalidade, diminuiu as complicações e diminuiu as infeções graves, nomeadamente a sepsis e a meningite”.

“No entanto, mantivemos números elevados de pneumonias e constatámos também que os serótipos englobados na vacina que era anteriormente usada (a 7-Valente) tinham diminuído francamente e outros serótipos que não estavam na altura cobertos pela vacina (mas que estão agora cobertos pela nova, a 13-Valente) subiram”, acrescentou.

Ou seja, segundo Filipa Prata, “à medida que desceram uns houve um aumento de outros, que agora são preveníveis por esta vacina e que atingiram sobretudo as crianças mais velhas, a partir dos dois anos”.

Neste âmbito, surge a recomendação de vacinar as crianças entre os dois e os cinco anos que já tinham a vacina 7-Valente com a 13-Valente.

A vacina não integra o Plano Nacional de Vacinação, mas o grupo de estudo recomenda-a “a todas as crianças desde que nascem, porque é para ser feita logo aos dois meses”.

“Apesar de tudo, nós tínhamos uma taxa de 79 por cento das crianças vacinadas”, contou, lembrando que desde que a vacina antipneumocócica apareceu os pediatras começaram a recomendá-la.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a bactéria responsável pela DIP constitui a principal causa de morte prevenível através da vacinação nas crianças com menos de 5 anos de idade, sendo responsável por cerca de um milhão de mortes anuais, nesta faixa etária, em todo o mundo.

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