Açoriano Oriental
Especialistas advertem que surtos virais podem tornar-se frequentes
O vírus Ébola, como a gripe espanhola, a poliomielite, a Sida e a síndroma respiratória aguda severa (SARS), surgiu inesperadamente a ceifar vidas e a gerar receios de um surto global, enquanto especialistas advertem que tais surtos podem tornar-se frequentes.

Autor: Lusa/AO online

 

Alguns especialistas dizem que é improvável a epidemia de Ébola que atinge a África ocidental tornar-se global, mas advertem que os surtos virais acontecerão cada vez mais no futuro e irão expor mais pessoas a novas e estranhas patogenias, que serão levadas para casa e espalhadas pelas cidades populosas.

“Novas doenças virais estão em ascensão, enquanto as populações se tornam mais densas e móveis”, disse Arnaud Fontanet, chefe da área de epidemiologia do Instituto Pasteur de França.

A perda de habitats com a deflorestação e as alterações climáticas, que forçam os animais portadores de doenças a ficarem mais próximos dos humanos, são também ingredientes para o surgimento de novas pandemias.

“Os surtos parecem estar cada vez mais frequentes”, disse à agência francesa AFP o professor de virologia molecular Jonathan Ball, da Universidade de Nottingham, no Reino Unido.

“Estamos a caminhar para um (surto) realmente grande? Não seria uma grande surpresa se uma outra (grande pandemia) estivesse a esperar para acontecer. Tudo o que podemos fazer é vigiar e estarmos preparados”, disse Ball.

Talvez mais do que outra em tempos recentes, a epidemia de SARS levantou o véu sobre o tipo de devastação global causado pela gripe espanhola, que entre 1918 e 1920 matou entre 50 a 100 milhões de pessoas.

A SARS matou 800 pessoas, sobretudo na Ásia, mas não antes de infetar pessoas em 40 países em semanas, causando pânico, que foi sentido no número de voos cancelados, nas escolas fechadas e na venda de máscaras cirúrgicas.

Outro vírus mais letal pode estar à espreita, ao virar da esquina, segundo especialistas.

“Há a possibilidade de mais infeções virais a emergirem devido ao aumento das populações em regiões do mundo onde os vírus estão, muitas vezes em morcegos ou macacos que são caçados para alimentação”, disse o virologista John Oxford da Queen Mary University, de Londres.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) 154 novas doenças causadas por vírus foram descobertas entre 1940 e 2004, sendo dois terços destas transmitidas através de animais.

A OMS insiste que não há provas de que as epidemias são mais frequentes, mas há uma melhoria dos mecanismos de identificação de novas doenças.

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