Autor: Lusa/AO Online
"Sendo eu do Raminho e ficando o Raminho distante das duas cidades [da ilha Terceira], achei que seria uma mais-valia para as pessoas consultarem livros, para se fazer recitais de poesia ou apresentações de livros", explicou o autor, em declarações à Lusa.
Na Biblioteca Álamo Oliveira, inaugurada hoje, na freguesia do Raminho, do concelho de Angra do Heroísmo, é possível encontrar "muita ficção, muita poesia e muito teatro", mas também livros de arte e de história, bem como revistas temáticas, suplementos culturais dirigidos pelo escritor e recortes de jornais com textos dele.
No entanto, o grande destaque da biblioteca vai para a coleção de literatura açoriana, guardada ainda na casa do escritor, que continua a viver na sua freguesia natal.
"São livros que eu fui juntando. Comprei muitos e sou amigo de muitos autores", explicou, acrescentando que a coleção de livros de autores açorianos é "a mais interessante".
Para o escritor, mais importante do que disponibilizar os livros para consulta e requisição, é incentivar a leitura, para que a biblioteca não seja "uma sala fechada", por isso, será criado para já um pequeno grupo de leitura.
"Estamos a tentar começar com um grupo muito pequeno para ver se há uma espécie de contaminação", contou.
Na "esperança" de que a biblioteca incentive a população da zona noroeste da ilha Terceira a ler mais, serão criadas também outras iniciativas, como apresentações de livros ou pequenos recitais, com música.
Álamo Oliveira lançou o primeiro livro de poesia com 26 anos, tendo também publicado peças de teatro, romances, contos e ensaios.
Aos 69 anos, o autor conta com quase 40 obras editadas, sendo a última "Marta de Jesus, a verdadeira", mas está a pensar em reeditar os seus romances já esgotados, como "Pátio d'Alfândega Meia-Noite" ou "Já não gosto de chocolates".
O escritor açoriano tem poesia e prosa traduzidas em inglês, francês, italiano, espanhol, croata, esloveno e japonês.