Autor: Lusa/AO online
Segundo a agência France Presse, Quito “decidiu conceder asilo diplomático ao cidadão (australiano) Julian Assange”, considerando nomeadamente que este “não terá direito a um julgamento justo” no caso de ser extraditado para os Estados Unidos, anunciou o ministro numa conferência de imprensa no Ministério.
Ricardo Patiño disse que o Equador considerou que se Assange “ficasse em detenção preventiva na Suécia ocorreria uma cadeia de acontecimentos que não poderia evitar a sua extradição” para um terceiro país como os Estados Unidos.
Nos Estados Unidos, Assange “poderá ser julgado por tribunais especiais ou militares e não é improvável que lhe esteja reservado um tratamento cruel e degradante e que seja condenado à pena capital”, referiu o ministro.
O governante disse ainda que, após cerca de dois meses de “diálogo ao mais alto nível” com os governos dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Suécia, o seu país reuniu “sérios indícios” quanto à credibilidade da hipótese de “represálias” contra Assange “que podem colocar em risco a sua integridade, a sua segurança e mesma a sua vida”.
Julian Assange, de 41 anos, é acusado pela justiça sueca de violação e agressão sexual. A 19 de junho refugiou-se na embaixada do Equador em Londres, onde fez um pedido de asilo político para evitar a sua extradição para a Suécia.
O fundador do WikiLeaks diz temer ser transferido posteriormente para os Estados Unidos para responder por espionagem após a divulgação pelo seu “site” de 250.000 telegramas diplomáticos secretos norte-americanos.