Açoriano Oriental
Equador a procurar sobreviventes 2 dias após violento sismo com mais de 350 mortos
As equipas de resgate continuaram, no Equador, a revirar os escombros em busca de sobreviventes, dois dias após o violento sismo que abalou o país, fazendo pelo menos 350 mortos e mais de 2.100 feridos.
Equador a procurar sobreviventes 2 dias após violento sismo com mais de 350 mortos

Autor: Lusa/AO Online

 

Depois de passar horas a retirar blocos de cimento e pedras, um grupo de bombeiros de Quito, enviado como reforço para a província de Manabi (oeste), a mais atingida pelo sismo de 7,8 graus na escala de Richter no sábado à noite, viu os seus esforços recompensados.

“Após longas horas de trabalho intenso, três pessoas foram encontradas com vida no meio dos escombros em Tarqui”, bairro da cidade de Manta, anunciaram os bombeiros na rede social Twitter.

Durante toda a noite, "continuámos as operações de busca, salvamento e retirada das pessoas que ficaram encurraladas [sob os escombros]”, explicou à estação televisiva Teleamazonas o ministro da Segurança, César Navas.

“Infelizmente, temos de informar que há cerca de 350 pessoas mortas, o número de feridos também aumentou”, declarou. Um anterior balanço dava conta de 272 mortos e mais de 2.000 feridos.

A Cruz Vermelha espanhola emitiu um apelo de ajuda, estimando que “entre 70.000 e 100.000 pessoas terão necessidade de assistência”, das quais “entre 3.000 e 5.000 precisam de alojamento com urgência”.

Cerca de 1.200 voluntários e funcionários da Cruz Vermelha equatoriana participam nas operações de busca e salvamento.

De todo o país, camiões transportando roupa, produtos de higiene, medicamentos e alimentos para as vítimas dirigiam-se hoje para a costa do Pacífico.

Um cidadão norte-americano e dois canadianos figuram entre as vítimas, segundo as autoridades dos respetivos países, e uma missionária irlandesa de 33 anos também perdeu a vida, segundo a sua comunidade religiosa.

“O número [de mortos] vai seguramente aumentar e provavelmente de forma considerável”, advertiu no domingo à noite o Presidente equatoriano, Rafael Correa, que se deslocou a Manta, sublinhando que "é a pior tragédia dos últimos 67 anos, apenas ultrapassada pelo tremor de terra de 1949 em Ambato (centro)”.

Gruas de construção foram igualmente transportadas hoje para a zona afetada, para ajudar a retirar os materiais dos edifícios e casas que ruíram durante o sismo.

De acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Guillaume Long, reforços e especialistas da Venezuela, Colômbia, Peru, México, Cuba, Bolívia, Chile, Suíça e Espanha encontram-se já no terreno.

No litoral do país, os sobreviventes procuravam com as mãos os seus familiares desaparecidos sob os escombros e mantinham a esperança de os encontrar com vida.

A cidade de Pedernales, estância balnear cheia de turistas e epicentro do sismo, parecia hoje um cenário de guerra, com casas em ruínas, hotéis desmoronados e candeeiros de iluminação pública deitados por terra.

“As verbas já foram desbloqueadas: 300 milhões de dólares para as emergências, 150 milhões para a reconstrução”, explicou o vice-presidente, Jorge Glas.

“Aqui em Pedernales, foram salvos sobreviventes dos escombros e ainda não perdemos a esperança. Não afastamos a hipótese de encontrar outros”, acrescentou.

Os habitantes temem agora que haja mais réplicas.

Segundo o mais recente relatório do Instituto Equatoriano de Geofísica, “o número de réplicas tende a reduzir-se, mas não é possível descartar a possibilidade de novos sismos com magnitude superior a cinco”.

Até agora, o instituto registou 230 réplicas, com magnitudes entre 3,5 e 6,1, e prevê que elas continuem “por mais alguns dias ou semanas”.

A União Europeia anunciou a ativação do mecanismo europeu de Proteção Civil para ajudar o Equador e o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, ofereceu o apoio dos Estados Unidos.

O Governo da Noruega anunciou hoje que aprovou uma verba extraordinária de 15 milhões de coroas (1,6 milhões de euros) para ajudar os afetados pelo sismo no norte do Equador.

A pedido do Governo equatoriano, a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) está a ultimar os preparativos para enviar ajuda de emergência por transporte aéreo para Quito, destinada aos deslocados pelo terramoto.

 

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