Açoriano Oriental
Época de incêndios termina com 100 mil hectares queimados e seis mortos
A época mais crítica em incêndios florestais termina no domingo, com cerca de 100 mil hectares de floresta queimada e seis mortos, quatro dos quais bombeiros.
Época de incêndios termina com 100 mil hectares queimados e seis mortos

Autor: lusa/AO Online

 

Durante a fase “Charlie” de combate a incêndios florestais, que começou a 01 de julho, estiveram no terreno 44 meios aéreos, 2.248 equipas de diferentes forças envolvidas, 1.982 viaturas e 9.324 operacionais.

Os mais de nove mil elementos pertencem aos corpos de bombeiros, GNR, PSP, Força Especial de Bombeiros “Canarinhos” da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e AFOCELCA (agrupamento de empresas para a proteção contra incêndios).

Dados provisórios do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) indicam que a área ardida mais do que duplicou este ano em relação ao mesmo período de 2011, tendo os incêndios florestais consumido até 15 de setembro 98.698 hectares.

O último relatório indica que, entre 01 de janeiro e 15 de setembro, foram registadas 19.571 ocorrências de fogo, que queimaram 98.698 hectares de floresta.

Em relação ao mesmo período do ano passado, os incêndios florestais aumentaram um quarto e a área ardida aumentou 130 por cento. Entre janeiro e 15 de setembro de 2011 registaram-se 15.730 fogos e 42.756 hectares de área ardida.

O maior fogo deste ano deflagrou em julho, na Serra do Caldeirão, no Algarve, entre os concelhos de Tavira e São Brás de Alportel, tendo queimado 21.437 hectares de espaços florestais, cerca de 22 por cento da área florestal ardida este ano.

Este incêndio provocou várias críticas à forma como os meios de combate atuaram, o que levou o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, a pedir um relatório à Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), que reconheceu “debilidade na coordenação ou no comando”.

Após o relatório da ANPC, Miguel Macedo determinou uma avaliação aos incêndios que lavraram no Algarve, em julho, a uma entidade independente, trabalho coordenado pelo investigador e docente da Universidade de Coimbra Domingos Xavier Viegas, que vai entregar o relatório ao ministro na segunda-feira.

Outros grandes incêndios deste ano deflagraram no início de setembro nos concelhos de Ourém, Seia e Viseu.

Devido ao elevado número de incêndios, durante a primeira semana de setembro, foi ativado o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, em que estiveram operacionais em Portugal dois aviões ‘Cannadair’ franceses e outros dois espanhóis.

Os meios aéreos espanhóis já tinham estado a atuar nos incêndios do Algarve.

Também no início de setembro, um helicóptero KAMOV da frota da Empresa de Meios Aéreos (EMA) teve um acidente quando estava a combater um incêndio no concelho de Ourém, que provocou dois feridos.

Na sequência das investigações deste acidente, os helicópteros KAMOV tiveram de cessar imediatamente todas as operações de voo, a pedido da empresa que assegura a manutenção dos aparelhos.

Desde 21 de setembro que o combate aos incêndios florestais foi assegurado por 38 meios aéreos, sendo três da EMA e os restantes alugados para a época mais crítica de combate a fogos.

Segundo a ANPC, seis pessoas morreram este ano no combate aos incêndios florestais, entre os quais quatro bombeiros, um elemento que pertencia ao Grupo de Intervenção Proteção e Socorro (GIPS) da GNR e um civil.

A fase “Delta” de combate a incêndios florestais começa na segunda-feira e prolonga-se até ao dia 31 de outubro, com uma diminuição do número de meios operacionais, passando a estar no terreno 5.363 elementos, 1.289 veículo e 22 meios aéreos, estes últimos até 15 de outubro.

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