Autor: Carmo Rodeia
O eclipse começou às 05:14 tmg (mesma hora em Lisboa) a ocidente da República Centro-Africana e no sudoeste do Chade. A sombra da Lua atravessou de seguida a República Democrática do Congo, Uganda, Quénia e o extremo sul da Somália.
No Quénia, o céu limpo permitiu aos nómadas massai de Olte Tefi, a 50 quilómetros a sul de Nairobi, aproveitar em pleno o espectáculo da Lua a tapar o Sol.
"Os pássaros cantam. Começa a fazer frio. Dir-se-ia que é noite", comentou John Saitega, 34 anos, pai de seis filhos, que observou o fenómeno partilhando com a família e amigos um par de óculos próprios para ver o eclipse.
Nos arredores de Campala, capital ugandesa, Angela Namukwaya mostrava-se menos entusiasta e mesmo um pouco assustada.
"Será que isto pode queimar alguém? Não se pode sequer olhar directamente. Tenho medo que isto me queime os olhos", disse à AFP a comerciante.
Uma vez que o Sol está mais perto da terra em Janeiro e a Lua se encontra actualmente mais longe, esta torna-se demasiado pequena para conseguir tapá-lo completamente, deixando à sua volta um anel do disco solar e daí a designação de eclipse anular.
A sombra da Lua deverá prosseguir a sua trajectória no Oceano Índico onde o eclipse atingirá a máxima duração: 11 minutos e oito segundos.
"Uma tão longa duração de eclipse anular não se repetirá antes de mais de mil anos (23 de Dezembro de 3043)", de acordo com o "site" da Nasa consagrado a eclipses.
O eclipse será também visível no sul da Índia e no norte do Sri Lanka (07:51 tmg), e de seguida na Birmânia e por fim na China (às 08:41 tmg).
A sombra percorrerá um total de 12.900 quilómetros à superfície da Terra, terminando o eclipse anular às 08:59 tmg
Um eclipse solar total está previsto para o próximo dia 11 de Julho, na parte superior do Pacífico Sul. Visto da Terra, o disco da Lua terá então tamanho suficiente para tapar o Sol.