Açoriano Oriental
Dizer que agricultura perdeu importância é “pura demagogia”

O secretário da Agricultura e Florestas dos Açores disse hoje que é “pura demagogia” dizer que a agricultura tem perdido importância no tecido produtivo da região, considerando que o percurso nos últimos anos foi de “reforço estrutural”.

Dizer que agricultura perdeu importância é “pura demagogia”

Autor: Lusa/AO Online


“Afirmar, como ouvi aqui ontem [terça-feira] que a agricultura tem perdido importância no tecido produtivo da região é pura demagogia e não acrescenta nada ao setor”, referiu João Ponte, no parlamento dos Açores, na Horta, ilha do Faial, onde hoje prossegue o debate das propostas de Plano e Orçamento regionais para 2018.

Segundo o governante, “o percurso trilhado nos últimos anos foi de desenvolvimento, de reforço estrutural e de criação de valor”, exemplificando com a “evolução do volume de negócios das cinco principais indústrias de laticínios”, que “registou um crescimento superior a 40% em dez anos”.

Para o governante, “esta realidade resulta da estratégia delineada pelo Governo Regional de se manter sempre em estreita parceria com as associações agrícolas, cooperativas e com a indústria”.

João Ponte realçou, por outro lado, “a capacidade empreendedora dos jovens agricultores” e “a sua convicção em continuar a apostar na agricultura”, referindo que no final deste ano haverá “100 projetos aprovados nas primeiras instalações de jovens agricultores”.

“Esta é a melhor garantia de que a agricultura tem futuro nos Açores”, considerou, anunciando que o executivo regional garantirá, também, esse futuro “com a implementação, no próximo ano, do Programa Jovem Agricultor”, para “facilitar a entrada de jovens no setor”.

Referindo que a Agricultura e Florestas representam na proposta dos documentos orçamentais para o próximo ano 170 milhões de euros, “cerca de 22,6% do total do investimento público previsto”, João Ponte sustentou que este é “sinal bem evidente e demonstrativo do empenho do Governo Regional em manter níveis de investimento compatíveis com a prioridade que dá a este setor”.

Por outro lado, o governante defendeu ser fundamental “prosseguir o esforço de acrescentar valor ao leite de excelência” produzido no arquipélago, pelo que é necessário apostar, “cada vez mais, na inovação e na notoriedade para conquistar novos mercados”, pois só assim “será possível aumentar o rendimento de toda a fileira do leite”.

Para o secretário regional, “este é um desafio a que a indústria terá que dar resposta”, sendo que o Governo Regional vai abrir em janeiro mais um aviso no ProRural + - Programa de Desenvolvimento Rural da Região “para candidaturas no apoio a projetos piloto e ao desenvolvimento de novos produtos, práticas, processos e tecnologias no setor agrícola”.

João Ponte prometeu dar, no próximo ano, “mais ação ao Centro Açoriano do Leite e Laticínios, seja com a promoção de estudos, seja no acompanhamento contínuo dos mercados, por forma a tornar o setor do leite mais forte e mais rentável”, e informou que “em breve será apresentada a Estratégia Regional para a Agricultura Biológica”.

Já na segunda-feira é “formalmente constituído o Centro de Estratégia Regional para a Carne dos Açores”, anunciou o secretário regional.

Os Açores, com 2,5% do território nacional, produzem cerca de 30% do leite do país e 50% do queijo.

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