Açoriano Oriental
Diretor-geral de agência europeia desvaloriza ideia de porto espacial nos Açores
O diretor-geral da Agência Espacial Europeia (ESA) desvalorizou hoje a ideia da construção de um porto espacial nos Açores para lançamento de microssatélites, assinalando que a ESA não está nesse campo de atividade.

Autor: Lusa/AO Online

Jan Worner falava aos jornalistas, na Praia da Vitória, na ilha Terceira, à margem da cimeira "Atlantic Interactions" (Interações para o Atlântico), que visa preparar a criação de um centro de investigação internacional nos Açores para o Atlântico, direcionado para o estudo, com aplicação prática, sobre o Atlântico, nas áreas das alterações climáticas, dos oceanos, da atmosfera, das energias renováveis, do espaço e do processamento de dados.

No documento preparatório do encontro internacional, que termina na sexta-feira, os Açores, em particular as ilhas da Terceira e de Santa Maria, são apontados como uma região com potencialidades para ter um porto espacial para lançamento de microssatélites para observação da Terra.

O diretor-geral da ESA referiu que o lançamento de pequenos satélites é uma das atividades que estão a ser desenvolvidas por empresas privadas, sublinhando que a agência espacial europeia "é uma organização [da qual Portugal é um dos países-membros] que não está nesse campo de atividade".

Jan Worner preferiu realçar que o arquipélago dos Açores já "faz parte da atividade espacial global" da ESA, destacando as estações, em Santa Maria, de monitorização do sinal e da posição dos satélites Galileo, em órbita da Terra, e de rastreio dos lançamentos de missões tripuladas e não tripuladas do centro espacial da ESA em Kourou, na Guiana Francesa.

Sobre a criação de um centro de investigação internacional nos Açores para o Atlântico, disse ser um projeto "interessante, por cruzar diferentes áreas".

"É algo que precisamos na Europa", frisou, embora salientando a internacionalização da ideia, ao poder envolver vários parceiros do mundo, e não só da Europa.

O centro de investigação internacional para o Atlântico (Atlantic International Research Center, AIR Center), previsivelmente com sede nos Açores, poderá vir a funcionar como uma organização intergovernamental, agregando uma rede de várias entidades em diversos países.

O Governo português comprometeu-se a definir, até ao fim do ano, com parceiros estrangeiros, a estrutura organizativa e o financiamento do centro.

O AIR Center poderá, por exemplo, entre outras funcionalidades, monitorizar o impacto das alterações climáticas na biodiversidade marinha e atividades ligadas à pirataria e ao tráfico de droga no Golfo da Guiné e na costa ocidental africana, descreve o documento preparatório da cimeira.

No encontro "Atlantic Interactions", que inclui 'workshops' e debates, estão representantes de governos, empresas e instituições académicas e científicas de 29 países.

 

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