Açoriano Oriental
Direção-geral da Saúde diz que as autoridades vão continuar atentas à situação
O diretor-geral da Saúde, Francisco George, disse esta segunda-feira que as autoridades portuguesas vão continuar atentas à situação do Ébola, apesar de as análises efetuadas ao doente com suspeita de ter contraído o vírus terem dado resultado negativo.

Autor: Lusa/AO Online

 

“O Instituto Nacional Ricardo Jorge (INSA) já concluiu as análises que dizem respeito à deteção do vírus do Ébola e confirma que são absolutamente negativas, isto é, a condição de doença da doente em causa não é explicada pelo vírus Ébola, pelo que outras análises estão a decorrer”, adiantou à agência Lusa Francisco George.

O Hospital de São João, no Porto, já tinha anunciado que as análises ao doente que domingo deu entrada naquela unidade hospitalar com suspeita de ter contraído o vírus Ébola deram resultado negativo.

Em declarações à Lusa, o diretor-geral da Saúde disse que "não há qualquer tipo de razão para pânico" e pediu a colaboração da população.

“Há uma ansiedade coletiva que não é saudável. É preciso que a população reconheça que as autoridades de saúde estão atentas a este problema e que Portugal dispõe de um plano que tem sido devidamente testado e que não entrem em pânico perante as notícias divulgadas”, sublinhou.

Francisco George pediu ainda que a população faça um esforço e que colabore, nomeadamente no que respeita à adoção de comportamentos de segurança.

“As pessoas devem, sempre que tenham alguma desconfiança, ligar primeiro para a Linha Saúde24 e não deslocar-se ao hospital”, alertou.

O doente tinha-se deslocado até ao Hospital de S. João, segundo Margarida Tavares, diretora clínica do hospital, "pelo seu próprio pé, enviado por uma unidade de saúde privada".

O paciente, que tinha chegado recentemente de um país africano com casos de Ébola, ficou internado por precaução, uma vez que apresentava “critérios de caso suspeito de Doença por Vírus Ébola (DVE)", de acordo com o comunicado inicial do Hospital de S. João.

Este foi o primeiro caso em Portugal de um doente internado numa unidade hospitalar com suspeitas de estar infetado com Ébola.

O Hospital de São João, no Porto, o Curry Cabral e o Dona Estefânia, em Lisboa, são, em Portugal, os hospitais de referência definidos para atender estes casos.

O número de mortos devido ao surto epidémico de Ébola surgido na África Ocidental no final do ano passado ultrapassou os 4.000, segundo o mais recente balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS).

De acordo com um relatório da OMS, datado da passada sexta-feira, estão confirmados 8399 casos de provável contágio pelo Ébola em sete países (Guiné-Conacri, Libéria, Serra Leoa, Nigéria, Senegal, Espanha e Estados Unidos), dos quais resultaram 4.033 mortes.

Os sete países afetados foram divididos em dois grupos pela OMS, sendo o primeiro constituído pela Guiné-Conacri, a Libéria e a Serra Leoa – os três países mais atingidos – e o segundo pela Nigéria, o Senegal, a Espanha e os Estados Unidos.

No primeiro grupo, a Libéria, o país mais afetado pela epidemia, registou 4.076 casos, dos quais 2.316 resultaram em mortes.

Os profissionais de saúde continuam a ser o grupo populacional mais afetado pela doença, sobretudo nos países mais atingidos, com 416 casos, de que resultaram 233 mortes.

 

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