Açoriano Oriental
Diabetes afecta 900 mil portugueses
O Dia Mundial da Diabetes assinala-se hoje com a primeira “Corrida pela Diabetes” que pretende alertar as pessoas para uma doença que atinge cerca de 900 mil pessoas em Portugal, das quais 400 mil não estarão diagnosticadas.
Diabetes afecta 900 mil portugueses

Autor: Lusa/AO Online

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a diabetes é a quarta causa de morte na maioria dos países desenvolvidos, morrendo a cada 10 segundos uma pessoa vítima da doença.

Prevê-se que os índices de mortalidade aumentem 25 por cento na próxima década caso não sejam tomadas as medidas necessárias para travar o avanço da epidemia, pondo em causa a atual esperança média de vida, alerta a OMS, lembrando que esta doença tem graves implicações a nível cardiovascular, renal, de amputações e cegueira.

Organizada pela Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), a Sociedade Portuguesa de Diabetologia e a Fundação Ernesto Roma, a corrida prende chamar a atenção para a importância do controlo e prevenção da doença, especialmente através do exercício físico e da alimentação saudável.

A corrida de 2,8 quilómetros tem início na Rua da Escola Politécnica e termina nos Restauradores, em Lisboa.

“O combate à diabetes não depende só dos profissionais de saúde. É imprescindível envolver todas as estruturas da sociedade civil e investir na prevenção e no controlo da diabetes através da sensibilização da população”, sensibilizando as pessoas para atividades desportivas e para hábitos de vida saudável, afirma o presidente da APDP, Luís Gardete Correia.

No Dia Mundial da Diabetes, o coordenador do Programa Nacional de Prevenção e Controlo, José Manuel Boavida, alerta para os custos da doença, que em Portugal é de, pelo menos, mil milhões de euros, o equivalente a 7 por cento da despesa em saúde e 0,7 por cento do Produto Interno Produto português.

Os últimos dados do Observatório Nacional da Diabetes permitem quantificar o que custa a diabetes: 37 milhões de euros em testes de glicemia (para ver o açúcar no sangue) e 400 milhões de euros em internamentos, além dos medicamentos, cujos gastos ascenderam a 109 milhões de euros em 2008.

Para José Manuel Boavida, os custos da doença só podem ser minorados através de processos de educação estruturados, organizados e coordenados por equipas multidisciplinares.

Segundo o responsável, “essa educação permitirá, através do estímulo para a atividade física e para uma alimentação mais saudável, diminuir a necessidade de comprimidos”.

“Enquanto for mais compensador, do ponto de vista do sistema, passar um medicamento do que estar a ensinar um doente é óbvio que [os médicos] vão continuar a medicar, porque lhes sai mais eficaz do ponto de vista de ver mais doentes”, comenta.

Mas, alerta, “se a tónica são os números de ver mais doentes os resultados serão desastrosos ao nível dos custos dos medicamentos”.

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