Açoriano Oriental
Desinteresse de jovens pela engenharia fragiliza capacidade produtiva Portugal
A Ordem dos Engenheiros (OE) manifestou "profunda preocupação pela falta de interesse" dos jovens por alguns cursos de engenharia, considerando que "dentro de anos" se assistirá a uma "situação de fragilidade da capacidade produtiva" de Portugal.
Desinteresse de jovens pela engenharia fragiliza capacidade produtiva Portugal

Autor: Lusa/AO online

 

A OE reagia assim, em comunicado, aos resultados do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, cujo dados relativos à 2.ª fase de acesso ao ensino superior, disponibilizados hoje pela Direção-Geral do Ensino Superior, revelam que 70 cursos, 45 dos quais na área da engenharia, não tiveram qualquer candidato.

Para a Ordem, os resultados do Concurso Nacional de Acesso permitem também antever dificuldades de futuro no que respeita à “disponibilidade de técnicos altamente qualificados em algumas das áreas fundamentais para o desenvolvimento da indústria e da produção, que permita a criação de um Portugal mais competitivo”.

Uma constatação que “preocupa” a Ordem e que tem sido objeto de “múltiplos alertas” da associação profissional, “quer publicamente, quer junto de órgãos de decisão nacionais", acrescenta a nota.

No documento, a OE responsabiliza o poder central pela “falta de definição estratégica” ao nível de “indicações e orientações sobre as áreas em que Portugal irá apostar no sentido de alavancar o seu crescimento e desenvolvimento”.

Uma falta de definição estratégica que se estende às áreas que deviam ser consideradas prioritárias e que deveriam ser dinamizadas, com vista a garantir a capacidade tecnológica e o conhecimento de que Portugal necessitará reunir para garantir o futuro, considera.

“Acreditamos, igualmente, que esta falta de definição estratégica limita a capacidade de decisão nas opções que são tomadas pelos candidatos”, lê-se ainda na nota da OE.

Por isso, a Ordem considera “determinante” que as instituições oficiais “revelem à sociedade os níveis reais de empregabilidade e de sucesso profissional associados aos diferentes cursos oferecidos no Ensino Superior”, por se tratar de informação “fundamental” para que os jovens e as famílias “procedam, em consciência, às suas escolhas em termos da formação que irão prosseguir e da profissão para o seu futuro”, alega.

Com vista a analisar a situação e definir soluções futuras que possam estimular a apetência das crianças e dos jovens pela engenharia, a Ordem vai realizar iniciativas de sensibilização e mobilização da sociedade, nomeadamente com estudantes dos ensinos básico e secundário, partidos políticos, Governo, instituições académicas, associações de estudantes e associações empresariais.

Entre as ações consta a que decorre a 20 de novembro, Dia Europeu do Engenheiro, na qual o bastonário e outros engenheiros visitarão escolas básicas e secundárias portuguesas para divulgar a engenharia.

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