Autor: Lusa/AO Online
“Não estaríamos hoje onde estamos se o país não tivesse tido a felicidade de ter governos do PS nos últimos 15 anos”, afirmou o líder parlamentar socialista, em Angra do Heroísmo, onde foi o orador convidado da sessão de abertura do XIV Congresso do PS/Açores.
Francisco Assis centrou a sua intervenção perante os congressistas no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), salientando a importância do equilíbrio das contas públicas para evitar que o país chegue a uma situação “desastrosa”.
O líder parlamentar socialista frisou, no entanto, que este objetivo não pode implicar o sacrifício do crescimento da economia, destacando a importância de manter um nível de despesa pública “razoavelmente elevado”.
Importante para os socialistas, segundo Francisco Assis, é que o crescimento da economia seja feito ao serviço da sociedade, frisando que “não se pode aceitar que haja portugueses a viver em circunstâncias de miséria”.
Nesse sentido, salientou que os governos socialistas dotaram o país nos últimos anos com instrumentos de política social que “contribuíram para diminuir a pobreza”, criticando a oposição pelos “ataques radicais” a esses instrumentos.
Para Francisco Assis, é a “política ativa e ambiciosa do Estado para ajudar a sair da miséria” que distingue o PS da direita, “que ainda quer castigar os que falharam na vida”.
Por isso, Francisco Assis frisou que o PS se “orgulha” das suas políticas sociais, mas também distanciou o partido da “esquerda que vive como antes da queda do Muro de Berlim”.
Nesse sentido, salientou que o PS “não acredita em soluções estatizantes”, mas também “não acredita no mercado como deus absoluto”, defendendo a necessidade de “conciliar o mercado com o Estado”.
Por essa razão, reafirmou que o PS “está disponível” para dialogar com o PSD sobre a revisão constitucional, mas deixou claro que “não aceitará que sejam postos em causa” os princípios de política social defendidos pelo partido.
“Estamos disponíveis para dialogar de forma séria, mas o PSD tem que compreender que jamais fará uma revisão constitucional sem a participação do PS”, alertou.
“Não alimentaremos um clima de conflito, mas se nos levarem por esse caminho não deixaremos de afirmar as nossas posições”, acrescentou, frisando que o princípio do Estado social ativo é intocável para os socialistas.
Na sua intervenção, Francisco Assis elogiou ainda a “boa governação” socialista nos Açores, que permitiu “reconciliar os portugueses com as autonomias regionais”.
“Carlos César é um dos nomes de referência da vida política nacional. O país olha para ele como alguém que pode prestar relevantes serviços utilizando a experiência adquirida como presidente do governo regional”, afirmou.