Açoriano Oriental
Deputados do PSD querem explicações sobre reunião bilateral com EUA
Os deputados do PSD/Açores na Assembleia da República solicitaram a presença do Ministro dos Negócios Estrangeiros na respetiva Comissão parlamentar, "para expor os resultados da reunião da Comissão Bilateral Permanente" (CBP) sobre a Base das Lajes.
Deputados do PSD querem explicações sobre reunião bilateral com EUA

Autor: Lusa/Açoriano Oriental

Na quinta-feira, o presidente do Governo dos Açores participou em Washington, na 37.ª reunião da CBP entre Portugal e os Estados Unidos, uma reunião bilateral sobre a base das Lajes, que Vasco Cordeiro considerou insatisfatória tendo pedido uma intervenção do governo nacional.

Numa nota de imprensa do PSD, enviada hoje à agência Lusa, os deputados social-democratas açorianos na Assembleia da República, Berta Cabral e António Ventura, consideram que "pelas noticias vindas a público, e pela voz do presidente do Governo Regional dos Açores, tudo indica que a reunião da bilateral foi um fiasco".

Berta Cabral e António Ventura constatam que “a não participação do Ministro dos Negócios Estrangeiros” na reunião bilateral “demonstra uma atitude de desvalorização para com os assuntos da Base das Lajes, além de ter sido uma perda antecipada nas negociações".

Para os deputados, o Governo português devia ter estado representado "ao seu mais alto nível, até porque se tratava de um tema de Estado, e era a primeira reunião bilateral com a nova Administração dos Estados Unidos da América".

Citado na nota de imprensa, o deputado António Ventura refere que as declarações do presidente do Governo Regional "mostram que os dossiers, em concreto o da descontaminação, não foram previamente preparados”, acrescentando que “inclusivamente” o executivo açoriano “pede a intervenção do Governo da República, parecendo uma entidade estranha no processo”.

O deputado lamenta que sejam "cada vez mais notórios o alheamento e o desinteresse do Governo português nesta matéria, bem como a sua falta de diálogo com o Governo Regional".

Numa declaração áudio enviada à agência Lusa, após a reunião bilateral, o presidente do Governo açoriano lamentou a falta de progresso em relação ao pagamento das intervenções que serão necessárias para evitar impactos ambientais decorrentes da presença dos Estados Unidos na Base das Lajes.

"Necessitamos que seja adotado um procedimento mais rápido, com mais medidas, para que mais rapidamente se possa resolver esta componente ambiental que é, na nossa avaliação, o principal assunto que, neste momento, existe no dossier da base das Lajes", disse Vasco Cordeiro, que no encontro apresentou uma proposta de calendário sobre as medidas a tomar nesta área, que não foi aceite pelos norte-americanos.

Além disso, revelou que teve oportunidade de transmitir que não pode aceitar "esta forma de abordar este assunto", explicou o presidente do Governo Regional dos Açores, acrescentando que a sua avaliação do encontro "é que se podia, e devia, ter ido mais além".

Vasco Cordeiro informou ainda um levantamento feito pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil sobre as zonas afetadas e os contratos de intervenção assinados há cerca de um mês como bases de trabalho para o diálogo com os americanos.

Apesar destes obstáculos, o líder açoriano afirmou que a reunião "permitiu fazer um ponto de situação em relação a um conjunto de assuntos que ao longo do tempo tiveram uma evolução positiva".

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