Açoriano Oriental
Saúde
Crianças sedentárias têm pior coordenação motora
Crianças que passam mais de três quartos do seu tempo em atividades sedentárias, como ver televisão e jogar computador, chegam a ter nove vezes pior coordenação motora do que as ativas, revela um estudo português divulgado numa publicação norte-americana.
Crianças sedentárias têm pior coordenação motora

Autor: Lusa/AO online

A investigação, publicada no site da American Journal of Human Biology esta semana, foi desenvolvida pela Universidade do Minho e envolveu crianças portuguesas entre os nove e os 13 anos.

“A infância é um período crítico para o desenvolvimento das competências da coordenação motora que é essencial para a saúde e bem-estar”, afirma Luís Lopes, um dos autores do estudo.

Este estudo demonstra ainda que a atividade física por si só não reverte os efeitos negativos que o elevado nível de sedentarismo provoca na coordenação motora.

“Os resultados mostram a importância de estabelecer um tempo máximo para comportamentos sedentários, enquanto se encorajam as crianças a aumentar os níveis de atividade física”, concluem os autores.

A equipa da Universidade do Minho analisou 110 raparigas e 103 rapazes de 9 e 10 anos de 13 escolas básicas em zonas urbanas, tendo medido objetivamente os comportamentos sedentários e a atividade física. A coordenação motora foi avaliada com vários testes físicos, que incluíram avaliação de equilíbrio, saltos de obstáculos ou deslocação de plataformas.

Os testes foram complementados com um inquérito aos pais para aferir variáveis de saúde.

Em média, as crianças passam 75,6% do seu tempo a serem sedentárias, com o impacto na coordenação motora a ser maior nos rapazes do que nas raparigas.

As meninas que passam mais de 77% do tempo dedicando-se a atividades sedentárias apresentam quatro ou cinco vezes pior coordenação motora do que as raparigas ativas.

Já em relação aos rapazes, aqueles que em 76% do seu tempo são sedentários chegam têm entre cinco a nove vezes pior coordenação motora do que os seus pares ativos.

“O elevado sedentarismo tem um impacto significativo na coordenação motora das crianças, influenciando de modo mais desfavorável os rapazes”, refere Luís Lopes.

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