Açoriano Oriental
Construção de incineradora de São Miguel, vai ser repensada
O presidente do conselho de administração da Associação de Municípios da Ilha de São Miguel (AMISM) disse hoje que a Assembleia Intermunicipal decidiu repensar o processo de construção da incineradora de resíduos, cujo concurso público ainda decorre.
Construção de incineradora de São Miguel,  vai ser repensada

Autor: Lusa/AO Online

“Nós estamos sempre disponíveis para responder a todas as perguntas e encontrar as melhores alternativas. Espero que se encontre uma alternativa ainda melhor do que a que estamos a tratar”, declarou Ricardo Rodrigues, aos jornalistas, no final da reunião da Assembleia Intermunicipal da AMISM, na Ribeira Grande, ilha de São Miguel, Açores

O socialista Ricardo Rodrigues, que preside ao município de Vila Franca do Campo, e o social-democrata que lidera a Câmara Municipal da Ribeira Grande, Alexandre Gaudêncio, divergiram publicamente, numa conferência sobre ambiente, sobre as soluções para tratar os resíduos de São Miguel, na sequência de uma sugestão da Quercus.

O líder da AMISM, após o debate que se gerou na Assembleia Intermunicipal, referiu que foi decidido deixar em aberto as soluções para os resíduos sólidos de São Miguel e discuti-las numa reunião agendada para 22 de novembro.

Ricardo Rodrigues considerou serem “alegações graves” as proferidas sobre a “falta de transparência” na construção da incineradora e referiu que todo o processo do concurso público foi aprovado pelos seus pares, por unanimidade.

Ricardo Rodrigues afirmou, por outro lado, que “há fundamentação técnica” para escolher a proposta mais elevada a concurso e que “nunca foi escondido nada de ninguém” no processo.

“O parecer técnico que temos é que a proposta melhor é a que é mais dispendiosa”, frisou, recordando que a proposta mais baixa é de 64 milhões de euros e a mais alta de 53 milhões.

Questionado sobre a inviabilidade de construção da central hídrica reversível na lagoa das Furnas, indispensável para o projeto da incineradora, o responsável assegurou que foram “encontradas alternativas”, segundo foi transmitido no âmbito de reuniões da AMISM com a administração da Empresa de Eletricidade dos Açores (EDA) e Governo Regional.

O autarca Alexandre Gaudêncio disse aos jornalistas que "neste momento não há qualquer informação sobre a viabilidade económica do processo da hídrica reversível" e que o processo de incineração "só é viável se a hídrica avançar".

Alexandre Gaudêncio considerou que o “grande objetivo” traçado para esta reunião era que fosse repensado o processo de tratamento dos resíduos, o que foi alcançado, uma vez que “existem outras soluções que podem ainda ser equacionadas".

O presidente da autarquia da Ribeira Grande acabou por propor, entretanto, na Assembleia Intermunicipal que fizesse deslocar para a incineradora da ilha Terceira, que tem défice de resíduos para laborar, a matéria-prima recolhida em São Miguel.

O concurso público para a construção da incineradora foi aprovado em setembro de 2014 pela Assembleia Intermunicipal, por unamidade.

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