Açoriano Oriental
Consórcio Mais quer colocar avião cargueiro ao serviço dos Açores em abril

O diretor executivo do consórcio Madeira Air Integrated Solutions (MAIS), António Beirão, adiantou esta sexta-feira à agência Lusa que pretende começar a operar nos Açores "a muito curto prazo" com um avião cargueiro, à semelhança do que faz na Madeira.

Consórcio Mais quer colocar avião cargueiro ao serviço dos Açores em abril

Autor: Lusa/AO online

"É economicamente viável podermos colocar um avião cargueiro, com características semelhantes da aeronave que temos a voar para a Madeira, que é um avião tipo ATR 72 e que possa fazer voos entre Lisboa e Ponta Delgada. Depois veremos se haverá necessidade de irmos até à [ilha] Terceira porque queremos entrar numa perspetiva de criar uma dinâmica na economia regional, é importante estendermos também provavelmente esse voo à ilha Terceira", adiantou António Beirão.

O consórcio Mais, constituído entre a companhia aérea espanhola Swiftair, a ALS e a empresa logística Madeirense Loginsular, iniciou há sete meses os voos cargueiros para a Madeira e quer agora "replicar em parte esse modelo para os Açores", contando começar a operar "nas primeiras semanas de abril".

"A operação na Madeira está consolidada e vai continuar a acontecer e agora a nossa ideia é com outra aeronave assegurar uma operação idêntica para os Açores", disse.

António Beirão lembrou que a aeronave prevista para a operação tem capacidade para "sete toneladas de peso bruto com cerca de oitenta metros cúbicos" e deverá ser utilizada cinco dias por semana, de terça a sábado.

"Enquanto na Madeira existe um desequilíbrio do balanceamento entre os volumes de carga do continente para a Madeira e da Madeira para o continente (...) no caso dos Açores a exploração da linha é feita de uma forma muito mais equilibrada graças à exploração dos produtos regionais, nomeadamente do peixe", afirmou.

O diretor executivo do Consórcio Mais conta com "parceiros regionais" que ajudem no desenvolvimento do projeto e adianta que vai tentar "uma aproximação ao Governo Regional" assumindo que para já não existe qualquer "negociação" com o executivo de Vasco Cordeiro.

"Negociações propriamente ditas não há nem haverá, porque o Governo açoriano não se pode meter diretamente na exploração da aeronave com um privado, houve uma apresentação, uma informação da nossa vontade em querermos voar para os Açores e não sentimos qualquer oposição ou restrição a esse facto, acho que o Governo Regional tem uma grande oportunidade de ter um operador privado que invista por sua conta e risco no desenvolvimento de uma rota de carga aérea para os Açores", disse.

O consórcio Mais pretende operar nos Açores à margem da abertura de dois concursos públicos de carga aérea para os Açores, lançados pelo Governo da República, sendo que o primeiro não teve concorrentes e o segundo acabou cancelado porque a única empresa concorrente não cumpria alegadamente o caderno de encargos.

"Tive acesso aos dois cadernos de encargos anteriores. O concurso está construído de uma forma em que os operadores não sentiram que fosse para eles um negócio, no fundo nós temos que olhar para aquilo como uma oportunidade também para as nossas empresas, mas os concursos foram lançados e estavam construídos de tal maneira que não estavam apelativos para os privados. Eu sei que agora, eventualmente, será lançado um terceiro concurso, mas se é no âmbito do caderno de encargos orientado da mesma forma que estavam os dois anteriores também ninguém se vai apresentar", considerou o responsável do consórcio Mais.

O consórcio Mais já fez o pedido de 'slots' [lugares] ao Aeroporto de Lisboa sendo que depois de fechar "toda a parte técnica" vai procurar reunir-se com o Governo Regional dos Açores.


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