Autor: Lusa/AO online
Cerca de 300 mil delegados da União por um Movimento Popular (UMP) vão ser chamados a eleger o sucessor do ex-Presidente Nicolas Sarkozy na liderança do partido. O novo responsável será eleito para um mandato de três anos, até 2015.
O resultado será conhecido domingo à noite, perto das 21:00 hora de Lisboa.
Os militantes vão escolher entre dois candidatos: o ex-primeiro-ministro francês François Fillon, de 58 anos, e o atual secretário-geral Jean-François Copé, de 48 anos.
Mas, as bases do partido têm dado sinais que o efeito Sarkozy ainda perdura. Perto de dois terços dos militantes do UMP esperam ainda o regresso de Nicolas Sarkozy e a sua candidatura presidencial em 2017, segundo uma sondagem (Ifop) publicada no “Journal du Dimanche”.
À exceção de um breve comunicado, em agosto último, sobre o conflito na Síria, Nicolas Sarkozy, derrotado nas eleições presidenciais de 06 de maio, tem optado pelo silêncio e não manifestou qualquer posição sobre a rivalidade entre François Fillon, o favorito nas sondagens, e Jean-François Copé.
Fillon, ex-conselheiro político da campanha eleitoral de Sarkozy e deputado de Paris, encara a votação de domingo como “uma primária antecipada”.
O político apresenta a sua experiência de “homem de Estado” (foi primeiro-ministro entre maio de 2007 e novembro de 2010 e entre novembro de 2010 e maio de 2012) como um trunfo para uma eventual candidatura presidencial.
O objetivo de Fillon é conseguir um “consenso alargado” em torno do UMP, tentando conquistar eleitores da Frente Nacional (extrema-direita), de Marine Le Pen, os dececionados com a política de Hollande, mas também o centro e os liberais.
Jean-François Copé, vice-presidente da câmara de Meaux (cidade próxima de Paris), assume-se como o “candidato dos militantes”. Com uma postura muito colada a Sarkozy, defende uma “direita descomplexada”, apostando em temas polémicos, como a denúncia do “racismo anti-brancos” nos subúrbios franceses, ou em apelos de protesto contra a esquerda.
Um dos assuntos que reúne o consenso dos dois candidatos é a rejeição de uma aliança com a Frente Nacional, que obteve 18% dos votos nas últimas eleições presidenciais francesas, ou da constituição de uma “Frente Republicana” com os socialistas.